Que episódio redondinho, não?

Há muito que The Good Wife não trazia um capítulo em que todos os personagens são relevantes, tem boas cenas e suas histórias são desenvolvidas de forma satisfatória. Em apenas 10 minutos, o roteiro já havia nos apresentado às três subtramas: o caso da semana, a "disputa" entre Cary e Callie para a vaga na firma e a ameaça sofrida por Kalinda feita pelo seu ex-cliente Lemond Bishop.

Eu sei que para a maioria o caso envolvendo o juiz foi o que menos importou aqui, mas gostei do destaque que deram para as reflexões a respeito da conduta e manobras questionáveis feitas pelos advogados, tudo pelos olhos de uma pessoa que precisa sempre estar imparcial. É mais do que natural que o juiz Cuesta repensasse tudo aquilo em que acredita e julgasse o sistema ("I don't believe there is a hell, but then I meet lawyers and I change my mind."), mesmo que no final tenha dito aquilo que o isentaria da culpa.

Além disso, foi uma boa escolha colocar o Cuesta para essa função, já que sempre foi uma personalidade interessante nos episódios em que aparece e lembro também que foi ele o juiz que presidiu o caso abordado no piloto da série. Gostei também de terem ressaltado que seu comportamento dentro e fora da corte não seria igual ao de um réu comum, forçando Diane a mostrá-lo que desta vez ele não não estava ali para julgar ninguém e sim mostrar-se humilde.

Já Will parece destinado a ter casos relacionados ao seu ambiente de trabalho, o que rendeu o momento mais engraçado do episódio, quando Diane não quer parecer intrusiva mas implora que ele mantenha o zíper de sua calça fechado. Depois do afastamento forçado, ele não vai querer algo que comprometa o seu trabalho (tirando Alicia, claro) e esteve diposto a terminar o caso, e até "fazer as pazes" com Cary, mesmo que tenha preparado uma vingancinha na forma do sócio esclerosado. Se nem Eli conseguiu aguentá-lo, por que Cary suportaria?

Falando em Cary, é bom ver que a série já está trabalhando nas tensões que vão marcar a quarta temporada. Há aqui um possível conflito entre um Peter ressentido e o novo advogado da firma, cheio de informações privilegiadas de dentro do escritório da promotoria. Há também a tentativa de Eli e Julius de colocar Will pra fora. Mas terão pela frente a lealdade de Diane, comprovada em outras ocasiões e David Lee, que não gosta de ninguém mas certamente ficaria ao lado de quem estiver contra Eli.

E o episódio terminou com a cena linda de uma possível aproximação entre Kalinda e Alicia. Até eu fiquei com medo da ameaça feita pelo Lemond Bishop. Mas a sempre eficiente Alicia conseguiu resolver o problema, pelo menos por enquanto, utilizando uma daquelas artimanhas citadas ali em cima. Will estava certíssimo quando colocou sua ex-amante a cargo dos problemas financeiros de Kalinda.
 
Top