Ao constatar que a série não estava deixando as resoluções de suas tramas e subtramas para o término da temporada, pensei que teríamos um final tranquilo. Felizmente, eu estava errado e abaixo dou a receita do bolo para este maravilhoso episódio.

Primeiro: pegue dois dos melhores adversários da firma e junte-os numa equipe hiper engajada e, claro, ressentida. Louis Canning e Patty Nyholm são dois dos vários personagens interessantes que The Good Wife já trouxe e mais especiais ainda por serem interpretados pelos ótimos Michael J. Fox e Martha Plimpton. Esta última esteve mais inspirada do que nunca, claramente se divertindo com as alfinetadas no Will e fazendo-nos aturar seus filhos zanzando pela Lockhart e Gardner. Melhor ainda foi vê-lo novamente tentando levar vantagem por causa de sua deficiência e falhando totalmente diante de um juiz muito esperto.

Segundo: utilize um caso da semana em que o réu é a própria firma. Quando nossos brilhantes advogados precisam defender a eles mesmos, tudo fica mais tenso. Além de enfrentarem os melhores adversários que poderiam ter, o que está em jogo ali é a própria integridade da firma, cheia de dívidas e perdendo seu principal cliente. Acertaram também ao misturar assuntos sensíveis, como a suposta compra de juízes, Cary já se vendo no meio de um conflito ético e até Peter prejudicando sua campanha ao dizer a verdade sobre o casamento com Alicia. No fim, o dream team sabe que um cliente vale mais que os milhões que eles eventualmente poderiam ganhar e ainda ficou a pergunta sobre como Will e Diane vão sair dessa.


Terceiro: aborde a melhor personagem da série de forma enigmática e com um perigo real. Tudo bem que a gente ama Alicia mas Kalinda é, na minha humilde opinião, a persona mais fascinante por aqui. Envolta numa atmosfera de segredo e mistério desde o início, a moça exala sensualidade e não é a toa que muitos já tenham cedido aos seus encantos. Dessa vez, mais uma camada da sua vida foi descascada e adorei como a série subverteu a visão que a gente tem de Kalinda, mostrando-a destemida e comprando uma marreta para se defender, e não para atacar alguém. O cliffhanger do episódio anterior foi a cereja do bolo ("I'm flexible."), indicando que ser sincero com Kalinda é algo que ainda levará tempo. E muito bom saber que a investigadora não decidiu fugir, até porque Alicia também acabou em perigo.

Quarto: não esqueça da vida pessoal da protagonista. Adorei a sequência em que o Eli aparece pra ver a Jackie, depois Alicia surge para ameaçá-la e a velha é obrigada a implorar por desculpas. Eu sempre fui a favor de Alicia seguir em frente, ficar com Will ou qualquer outro e deixar Peter e sua campanha de lado. Por isso me incomoda vê-la entre essas opções novamente (quase a mesma do primeiro season finale), mas entendo que pra ela, a construção daquela família é muito importante e foi, afinal, o alicerce de tudo durante os anos que passou ao lado do marido. É lindo ver uma família reunida, eu sei, mas Alicia hoje merece mais, muito mais.

No fim, junte tudo e faça o melhor final de temporada entre os três, um episódio que entra facilmente no TOP 5 da série. E The Good Wife pode não ter tido um terceiro ano tão bom quanto o anterior, mas conseguiu fechar em altíssimo nível e incluir plots que nos deixam ansiando pela próxima temporada. Nos vemos em setembro!

@marcuscramer
 
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