Se eu dissesse que este episódio foi ruim, meu nariz cresceria.

Desde que August desembarcou de moto na cidade de Storybrook em sua tradicional jaqueta de couro preta (Emma sofre desta mesma doença) a primeira pergunta que muitos fizeram foi: quem diabos é esse cara?

Então, os roteiristas nos respondem: é o Pinóquio. E ao contrário do que muitos diriam se lessem este início de review sem qualquer conhecimento sobre a série, não foi ridículo. Pelo contrário, essa resolução foi coerente, bem explicada e amarrada perfeitamente a trama da série. Porque isso que "Once Upon a Time" faz em meio a suas telas verdes que muitos adoram criticar mas que parece cada vez mais imperceptíveis.

Aliás, talvez seja a qualidade do roteiro, ou talvez seja minha completa cegueira, mas tenho achado os efeitos especiais da série cada vez mais tragáveis. Neste episódio, por exemplo, não tive qualquer problema com nenhum dos cenários ou criaturas de CGI criadas pelos maravilhosos Studios ABC. Gostei da baleia branca, do grilo-falante (que já havia elogiado antes) e especialmente do boneco Pinóquio versão animada, apesar deste não se parecer em nada com a versão original de madeira que vemos quando Gepeto o encontra na praia.

Até mesmo a sa-fada em versão miniatura parecia natural em cena. A propósito, neste episódio surge para dar a gepeto a missão de criar o guarda-roupa mágico que vemos no piloto da série e que leva Emma para o mundo dos trouxas (só os fortes entendem). Logo foi possível matar a xarada: August veio direto do Reino Encantado para a floresta de "Lost" pelo guarda roupa e não pelo buraco negro feito de feijão que vimos no episódio passado.

E já que falei em "Lost", devo dizer que as referências a série em "Once Upon a Time" já estão deixando de ser repetitivas para se tornarem esquizofrênicas. Se você nunca viu "Lost" e não tem noção do que digo, deve não ter notado as inúmeros referências que a produção de OUAT tem feito.

Simplesmente os roteiristas não querem let it go da série que lhes fizeram ter sucesso na TV e continuam colocando, além de números que nos remetem a ela (como a placa da moto de August com o nítido 23), tomadas quase idênticas às da série. De qualquer forma, isso nem um pouco me incomoda até porque "Lost" é e sempre será uma das minhas séries favoritas e por isso gosto muito de como as referências são encaixadas. Especialmente na imagem a seguir onde vemos claramente a semelhança entre ambas:


E como em "Lost", a história dos personagens aqui apresentada só cresce com o passar do tempo e dos flashbacks. Principalmente a de Emma que quando criança foi salva por Pinóquio e desde então mantêm está ligação com o personagem de August. O confronto entre os dois também foi um dos cumes deste episódio, onde Jennifer Morrison mostra a boa atriz que é em meio a um diálogo que novamente nos remete à "Lost".

É impossível não ver August tentando convencer Emma a acreditar, a ver a verdade, a ter fé, sem recordar do diálogo homérico entre Lock e Jack na 2ª temporada de "Lost" onde o homem de fé e o homem da ciência de confrontam (Why do you find so hard to believe?).

Também é válido destacar a excelente manobra de roteiro usada neste episódio para dar a nós telespectadores aquele sentimento de que tudo havia sido planejado desde o começo. Obviamente não. Mas nem por isso, OUAT deixou de se utilizar de algumas das tomadas do piloto da série para serem inseridas entre cortes do episódio desta semana, fazendo desta forma uma ótima montagem de cenas.

PS.: Regina quer o corpo do James nu. Vocês apoiam esse namoro encantado?

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