Título da review
Community voltando ao normal.

Felizmente, o primeiro episódio foi só um contratempo nessa temporada, já que a série voltou à todo pique, com os dois episódios seguintes.

Community sempre foi muito boa com a questão da metalinguagem, mas esses dois episódios trouxeram alguns questionamentos: Os novos roteiristas querem que qualquer piada funcione, já que todas essencialmente só mostra o humor fácil o tempo todo?

No segundo episódio, teve muito disso. Eles pareciam ter que confirmar o tempo todo que estavam fazendo referências, como se fosse tão complicado de perceber ainda. O que mais incomodou as pessoas, no geral, foi o comentário de Abed sobre ‘eu lembro de quando essa série era sobre uma community college’, porém, esse comentário faz total sentido com a essência do personagem. Com certeza seria algo que Abed falaria nos anos anteriores, principalmente por ele estar, naquele momento, vendo seus amigos em uma TV como se fosse uma série. Encaixou bastante no gênero.

As interações no episódio foram ótimas, principalmente entre Troy e Shirley. Os dois, na verdade, nunca tiveram um plot juntos, e foi ótimo ver que conseguiram juntá-los sem parecer forçado. O que sempre fez Comunidade ser boa é essa grande capacidade de pegar clichês de sitcoms e fazer coisas inesperadas com eles. Usaram o episódio como uma oportunidade para entregar algumas revelações bem surpreendentes.

Parece mesmo que eles estão querendo infantilizar Troy (até esse episódio, pelo menos), mas acho que é mais pelo fato de que essa é sua primeira namorada de verdade e ele é cauteloso com algumas coisas, além de ser meio burrinho em algumas situações. Valeu muito a pena por causa da cara que ele fez quando decidiu balançar no balanço do sexo de Pierce, com Shirley tendo um ótimo timing durante todo o episódio, tentando abafar o que aconteceu.

O legal também foi ver Jeff finalmente se abrindo sobre seu pai, e o fim do episódio coloca um pouco de esperança que eles consigam se reconciliar. E claro, também não foi muito difícil aguentar o episódio inteiro com Jeff quase shirtless.

O terceiro episódio, porém, não foi tão legal quanto o segundo, mas mesmo assim, manteve intacta a essência de Community e como não amar um episódio inteiro focado no Inspector Spacetime? Claro que isso era só fachada para o que realmente precisava ser desenvolvido no episódio, mas sempre é bom ver a série continuando com sua essência até mesmo em tempos conturbados como esse.

Eu estou feliz em ver Troy e Britta juntos, mas vê-los juntos, fornicando na cama, sendo que no episódio anterior Troy não estava entendendo onde a salsicha entrava no bagel, foi estranho. Tirando isso, a cena inicial foi bem legal, e Britta parece mesmo gostar muito de Troy, já que passou por todo aquele sufoco por causa de Abed.

Abed, na verdade, foi o problema do episódio. O que aconteceu aqui foi exatamente algo que a série já havia mostrado anteriormente, algo que já foi percorrido e que já foi resolvido, por meio da grande guerra entre os travesseiros e cobertores, na temporada passada. Ao adicionarem um novo Abed, a coisa com certeza fico muito apelativa. Abed é um personagem estranho, de uma forma interessante, mas esse crescimento de personagem é algo que já tínhamos visto antes. Mesmo com Britta na equação, o normal é que algo do tipo não tenha que se repetir.

Parece até que eles querem deixar Abed mais desnaturado do que já é, e outro problema nesse plot foi o relacionamento de Britta e Troy, sendo que a loira basicamente ditou tudo o que ele precisava fazer para conseguir mostrar ao amigo o tanto que se importa. Troy perdeu um pouco de sua identidade nesse episódio e mesmo ele confirmando que fica confuso facilmente, confusão de personalidade não deveria ser um plot recorrente na série.

 O que foi relativamente confuso foi Annie querendo se tornar a Sra. Winger, mesmo que seu marido estava em nenhum lugar para ser encontrado. Particularmente, acho que os dois possuem ótima química, o que só torna mais difícil o fato de que os dois provavelmente não ficarão juntos, afinal, como foi mostrado no episódio, o relacionamento dos dois realmente é só aquilo que todo mundo espera: uma amizade entre um cara muito velho e uma moça super nova.

Vale lembrar que Shirley e Pierce também estavam no episódio, e mesmo que não tenham ficado muito tempo no ar, foi legal a crítica que a série fez para os Estados Unidos, que ficam americanizando séries britânicas como se tudo fosse dar certo. O mais interessante é sempre continuar com a mesma fórmula, e Community está finalmente entendendo que isso é o que vai salvar, no final.

P.S: Como não amar Tricia Helfer, a número seis, de Battlestar Galactica, no episódio? E além de tudo... Jogou seu drink na cara de Jeff. Como não amar?

P.S: O pessoal de Barrados no Baile também veio em peso, com dois dos personagens mais importantes da série aparecendo juntos no final. Saudades Barrados no Baile que não foram tão barrados assim.

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