Os Winchesters MATAM ZUMBIS a torto e a direita!

Não, não. Alarme falso. Não foi dessa vez. Foi apenas um protodeus grego. E até que o episódio não foi de todo ruim. Mas quando é que vão voltar à história que realmente interessa?



O quê? Só que queria um episódio com zumbis? Ah, mas pelo menos Dean pensa como eu.


No início achei que o atropelador bêbado ia receber o que merecia: ao dar uma olhada no corpo de sua vítima, esta despertaria, sangue jorraria na neve e teríamos a tradicional abertura “Supernatural”. Mas infelizmente, ele se safou.

De qualquer modo, como se não fosse suficiente a referência no título a Titãs, bastou ver a águia devorando as entranhas da pobre vítima que deu para perceber de cara que este só podia ser Prometeu, pois muitos quadros já foram feitos sobre o mitológico personagem, como o “Prometeu Acorrentado” de Theodoor Rombouts (1620).


Por isso, como acho que todos já sabiam quem ele era, os Winchesters pareceram ficar perdendo tempo tentando descobrir a identidade do desmemoriado ressuscitado. Que, a propósito até nome de zumbi adotara.

Você é Prometeu, certo?


Certo, certo. Chega de piadas sobre The Walking Dead. Mas bem que foi engraçado o policial do interior ter tanta certeza de que se tratava de um zumbi. Mas quem poderia culpá-lo? Ainda me espanta como Sam chega às conclusões mais estapafúrdias possíveis do tipo “só podemos estar diante de Prometeu, o titã grego” e estar sempre certo, momento que é, então, seguido por uma didática exposição sobre quem foi Prometeu, pois o Dean parece sempre estar por fora e precisa de uma boa explicação histórica. Sabe como é, suas referências estão mais para o lado do desenho animado, e quando fica sabendo que “Shane” morria e voltava à vida todos os dias, Dean soltou essa (numa referência a South Park):


A propósito, falando dos dois irmãos, passei batido pelo início, quando Sam começa enfrentando problemas com a bebida, significando que andava cuspindo sangue nela. Eis que os roteiristas decidiram forçar uma cena em que Sam parece suspeitar de algo quando, pelo menos ali, não há absolutamente nada de que suspeitar. Afinal, Sam não viu o sangue. Se visse não parariam as perguntas, mas ele só viu o Sam lavar a boca.


Mas o fato é que Sam está escondendo sua condição e, em algum momento, isso vai se tornar um problema sério. Só espero que os roteiristas estejam um pouco mais inspirados na ocasião.

Mas esse não foi o episódio para isso. Com um caso-da-semana para resolver, ainda tiveram que lidar com uma assassina misteriosa, que depois se revelaria a linda Artemis. Que, depois de uma aparição relâmpago, depois sumiu da trama até voltar no final. Diante das habilidades de luta de Shane, restou a Sam perguntar:


Encurtando a história, entra em cena a velha namorada (essa nada violenta, apesar de não muito inteligente, como veremos daqui a pouco) e de Prometeu Jr., que, em comum com o pai, traz a infelicidade de morrer todos os dias e voltar à vida. Confesso que não consegui me apegar muito aos dois. O ator que interpretou o menino era apático e a mamãe fez uma bobagem no final.


Uma vez descoberta a identidade de Prometeu, o restante do caso foi bem linear de resolver. Decidiram que apenas Zeus poderia reverter a maldição imposta ao filho de Prometeu. Uma vez conseguidos os ingredientes, ficou fácil. Também graças à Internet mágica de Sam, que desta vez localizou em 0.3 segundos um cemitério de adoradores gregos modernos nas proximidades, o que pelo menos deu a oportunidade de Sam e Prometeu ter um momento refletivo sobre o que é heroísmo e me ensinou que um raio pode fazer um objeto vítreo de rara beleza quando bate em areia com alto teor de sílica e que isso se chama fulgurito. E todos os personagens sabiam disso como a maior obviedade, menos eu e, aposto, todos vocês. Supernatural também é cultura.


Após alguma preparação, invocam a presença de Zeus. Só que por um momento achei que tinham se enganado e invocado Thor, o deus do trovão. A propósito, Só uma coisa supera o baixo orçamento de efeitos especiais de Supernatural, que é o zero orçamento de Supernatural com figurinos. Assim, Zeus, por algum motivo, usa roupas modernas. Mas faça-se justiça: o ator que interpretou Zeus é excelente e já no primeiro momento tive certeza de que era um deus poderoso e arrogante. Mas por mais poderoso que seja, para prendê-lo basta uma armadilha muito parecida com aquela usada para prender demônios, ou seja, um desenho no chão. O que nos traz à burrice de uma mamãe desesperada.


E Zeus respondeu, mal contendo o riso: “Claro! Solte-me que ajudarei o menino.” Ela, é claro, então soltou Zeus que, em retribuição, lançou raios para todos os lados e aprisionou a todos. E ainda, ao se referir ao apático garoto disse que não fazia ideia que o filho de Prometeu sofreria da mesma aflição que o pai, mas nesse negócio de maldições, sempre se deve dar lugar para “acidentes felizes”. Na próxima vez, não confie num deus cínico, minha cara senhora.


Artemis ficou encarregada de levar os irmãos para algum outro lugar, não importa bem qual, o importante é que os três ficassem sozinhos. E seguiu-se um momento muito sexy. Se fosse com o Dean, ele provavelmente teria uma ereção e faria uma piada a esse respeito, mas o Sam está acima dessas coisas e, espertamente, consegue manipular Artemis, apostando que ela está apaixonada por Prometeu. Dito e feito. Como num passe de mágica, Artemis entra para o time de Prometeu e dos Winchesters.


A beldade Artemis então ameaça o pai no melhor estilo “Arrow”. Zeus, por sua vez, tenta fazer a filha desobediente ter vergonha e obedecer, e, em resposta leva uma flechada que não é de cupido. Mas Zeus usa Prometeu como escudo humano, digo, titânico, e Prometeu, para variar, leva a pior. Mas como a flecha mágica de Artemis corta carne de titã, carne de deus grego e ternos de grife como se fossem manteiga, bastou Prometeu dar mais uma empurradinha que a flecha transpassou o corpo de Prometeu e de Zeus, matando-os de maneira definitiva.


Pelo que me lembro, a morte de Zeus libertou o menino da maldição. Prometeu, o herói que trouxe o fogo á humanidade, ganhou um funeral à altura: foi cremado numa fogueira. E os Winchesters partiram para mais alguns casos isolados antes de retomarem a trama principal.

Já no Impala, gostei que Sam, antes de cuspir sangue de novo, tenta, delicadamente, abordar a hipótese de que não sobreviverá às provas divinas. Mas Dean não quer saber. Sam lhe prometeu que irá morrer de causas naturais e Dean não aceita outro desfecho. Eis que Sam pergunta se morrer de infarto serve. Dean concorda, sem conseguir, ou querer, ler nas entrelinhas.


É óbvio que a temporada se encaminha para um final trágico para Sam embora Dean não queira aceitar a ideia. De qualquer modo, estamos todos ansiosos para ver essa parte da história e, mais uma vez, eu e Dean concordamos. Foi tocante o momento final, quando Dean faz uma prece ao seu anjo favorito, Castiel. E fez a pergunta que eu já venho me fazendo há bastante tempo e que reflete o tipo de episódio que prefiro ver:


E aí? O que você achou? Está feliz com os casos da semana ou quer ver as tramas principais? De quem você sente mais falta? Dos Nazistas, de Crowley ou de Castiel e Naomi?

A propósito, Supernatural entra em "hiatus" até 20 de março, portanto teremos uma folguinha até lá.



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