Uou.
É com esta onomatopeia que descrevo minha reação ao fantástico episódio apresentado por "The Walking Dead" nesta semana. Que ritmo. Que vilão. Que tensão. Adiando mais uma vez o clímax tão prometido, porém sem repetir os erros realizados na semana anterior (em que o ritmo estabelecido pela série beirava o "devagar, quase parando"), TWD nos presenteou com este que considero um dos melhores episódios da temporada e, possivelmente, de toda série.
"Prey" consegue, ao contrário de seu antecessor, enrolar o telespectador de maneira categórica, sem deixar que o mesmo tenha que acompanhar a todo momento o contador de duração do episódio a procura de seus preciosos minutos finais. Pelo contrário, este magnífico thriller de 40 minutos constrói sequências de suspense eficientes e de tensão ao rubro, as estendendo ao ponto de tirar o fôlego até do telespectador mais cognitivo.
A grande cena da perseguição, por exemplo, consegue ser longa sem deixar que o batimento cardíaco (já elevado) do público caia a medida em que se desdobra. E, de fato, não houve como não pular na cadeira ao ver o Governador, em seu momento de ínfima insanidade, decidindo por um basta a "infidelidade" de sua amada/odiada e apostando em uma caçada assustadoramente psicológica.
Assim, o plano aberto do campo em que Andreia corre em um primeiro momento é rapidamente substituído pelas paredes obscuras e claustrofóbicas do local em que presenciamos o grande embate da moça com seu pesadelo pessoal. E pode até soar caricato... o vilão correndo atrás da mocinha com seu grande machado enquanto assovia uma melodia aterrorizante, porém, aqui consegue ser extremamente eficaz e cabível ao perfil adotado pelo megalomaníaco Governador.
A cena tem uma resolução igualmente bacana, quando Andreia decide virar os zumbis (uma das maiores armas utilizadas pelo Governador) contra o próprio sádico, ainda que o mesmo tenha conseguido prevalecer a capturando (em mais um uso bacana do clichê de filmes slash) no último segundo.
O episódio ainda aproveita o enfoque exclusivo a Woodbury para salientar o dilema de personagens como Milton, que finalmente consegue enxergar as mudanças de comportamento do Governador (após vê-lo criar um quarto de tortura, não era possível que ele não notasse) e decide agir, pondo fogo aos zumbis antes mantidos em cativeiro e nos presenteando com a fantástica cena em que encontramos os corpos dos zumbis ainda "re-animados", apesar de quase carbonizados, em mais um trabalho de maquiagem impecável da série.
Tem como melhorar? Sim, com um excelente desfecho para um episódio que necessitava somente de um cliffhanger explosivo para ser sublime. Este, por sua vez, é a longa tomada que adentra o quarto de tortura do Governador, aonde vemos Andreia amarrada, aguardando por aquele que veio a se tornar um dos vilões mais fantásticos da televisão.
Restam apenas dois episódios para finalmente podermos dizer que esta foi a temporada do Governador.
Restam apenas dois episódios para finalmente podermos dizer que esta foi a temporada do Governador.
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