O Cavaleiro das Trevas surge. E não é o Batman.

O primeiro episódio do ano de "Once Upon a Time" não trouxe o nível que eu esperava. Mas ainda assim, seu roteiro afiado e elenco carismático que não me deixam negar. Este foi um bom episódio.

Prova disto. O modo como o roteiro brincou com o complicadíssimo nome de Rumpelstiltskin neste episódio, sendo confundido e difícil de soletrar até mesmo pelos capangas do Reino de Tão Tão Distante. Eu mesmo não ouso soletrar, muito menos batizar um dos meus filhos com esse nome. Alguém ousa?

Algo que realmente me agradou neste episódio foi a escala humana. Por mais que os céus fiquem vermelhos de sangue e que Cavaleiros da Trevas existam fora de Gotham City, Once Upon a Time sempre surge com uma explicação plausível para a origem dos personagens e assim foi com Rumpelstiltskin.

Trabalhar toda a origem da insanidade do personagem e da purpurina foi um dos grandes méritos deste episódio. Poucas séries conseguem fazer com que um personagem seja amado e após 40 minutos odiado. Ou vise versa. OUAT faz isso de maneira plausível. As intenções de Rumpel de proteger seu filho são completamente aceitáveis, assim como a tranformação do personagem.

Em Storybrook, Regina manda em todos, demite funcionários, esmaga corações de caçadores com gosto ruim para cabelo, invade registros de reformatórios, comanda as notícias do jornal local, planta macieiras transgênicas, bate em funcionárias do Dr. House, toma porradas de funcionárias do Dr. House com gosto ruim para homens de cabelo ruim, faz exame de próstata com o Dr. House, demite o Bial, destrói o agreste, chama todos de Tieta e censura Clarice Lispector. Tudo bem que eu posso ter exagerado quanto as maçãs serem trangênicas, mas que Regina é dona das leis e cidadãos dessa cidade, isso ninguém pode negar.

Porém, Emma decide cancelar o rodízio e não deixar o senado acabar em pizza, ou seja, impede que alguém (nada) treinado para porte de armas e com curso técnico em avaliar beleza de Rainhas Más se torne o novo xerife e, então, se candidata.

Em meio a este clima de eleição, crítica social e deleites políticos, adorei ver Emma desafiar as leis da prefeita Hitler e mostrar que o bem sempre vence. A única coisa que foi do meu desagrado foi a lógica absurda do Rumpel que preveu todos os passos de Emma, pós-pós-consequência. Difícil de comprar a idéia de que o personagem colocaria fogo na prefeitura para que Emma salvasse Regina, depois confessasse que não fora ela e, enfim, vencer a eleição por se tornar inimiga do homem mais temido de Storybrook. Mas enfim, para que discutir lógica quando se tem macieiras transgênicas no quintal.

Outras considerações:
  • Adorei ver a Emma falando que a internet é uma fonte de notícias segura, muito mais que um jornal. Ou seja, podemos confiar em certos fatos divulgados na internet, como este.
  • A gente percebe que a Emma é realmente filha da Branca de Neve do Gueto quando descobrimos coisas como: Henry nasceu na prisão e Emma cortou o cordão umbilical com um canivete. Este tipo de informação não se acha na internet, certo produção?
  • Adorei descobrir que, além de ser jornalista do The Mirror, Sydney tem como sobrenome Glass (vidro para quem não foi alfabetizado em inglês).
  • O melhor do debate político foi a saidinha de Mr. Gold no final. Engraçado que ninguém o prende por atear fogo na prefeitura, por que afinal, além de não ter provas, a cidade não tinha xerife. Melhor mesmo é ver isso estampado no rosto dos cidadãos de Storybrook.
  • Ganhar o beijo de um Príncipe Encantado... não tem preço. Usar magia... toda magia vem com um preço. Magic Card.

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