Que comecem as teorias!

Não é de hoje que acompanho freneticamente todo e qualquer trabalho que vem acompanhado da autoria de J.J. Abrams. Ele é um dos roteiristas mais renomados da televisão americana e em todo projeto que este homem bota a mão, acaba saindo um piloto sensacional. "Alcatraz", nova série policial da FOX, não foge a regra. E pelo mesmo motivo, o futuro da série é o que mais me preocupa.

Na trama, vemos realidade e ficção se entrelaçarem, sendo este um grande trunfo da série para captar o interesse de seus telespectadores. Logo a narrativa de Sam Neil nos dá as boas-vindas ao ambiente hostil da prisão de segurança máxima Alcatraz, onde todos os presos desapareceram a quase cinco décadas de maneira misteriosa.

A premissa é o suficiente para sustentar o interesse do público por anos? Essa é a dúvida que mantem-se sob a série. Particularmente, ela foi suficiente para me deixar na ponta da poltrona em grande parte do episódio duplo.

Nele, nos é apresentado a detetive Rebeccak Medsen, interpretada pela insossa Sarah Jones que mostrou-se ao menos suportável durante o piloto. Ela terá de trabalhar com o Dr. Diego Solto (eterno Jorge Garcia), um autor entusiasta sobre os mistérios da ilha de Alcatraz. O ator ainda carrega o mesmo carisma do Hurley visto nos 6 anos de "Lost" com doses a mais de perspicácia, mas no mesmo nível de nerdisse que viamos no querido dude.

Em meio a tantos mistérios, Diego é o mais humano dos personagens. Servindo até mesmo de espelho para o telespectador, já que o mesmo questiona inúmeras vezes a quantidade de mistérios e a falta de respostas. Nos espelhamos também na sua vulnerabilidade a mortes / cenas de crimes e até mesmo em expressões comuns, principalmente para Fringemaníacos como eu que costumo usar a frase: "minha cabeça acaba de explodir!".

Como de praxe, J.J. Abrams deverá deixar em breve a produção da série assim que encontrar uma nova idéia para sua próxima galinha dos ovos de ouro. Foi assim com Lost, foi assim com Fringe e será assim com Alcatraz. E acreditem quando digo que isso pode ser algo positivo tanto quanto negativo. Desse modo, a série poderá ganhar novos rumos e identidade com a entrada de novos roteiristas (foi o caso de Fringe) e, ou tornar-se uma salada de mistérios perdidos (como foi o caso de Lost).

Porém, meu maior temor é de que a série torne-se um procedural. Se isso ocorrer, eu mesmo fujo dessa ilha, tenha ela dois quilômetros e meio ou não. Espero que recebamos novas informações a respeito da trama central toda semana (como a descoberta de que Lucy Banerjee faz parte do grupo de desparecidos da "Rocha").

Que "Alcatraz" não fique apenas na fórmula de série policial de procurar, investigar e capturar bandidos. Que ela vingue mantendo-nos atentos a um mistério que, torço eu, já tenha resolução pronta na sala dos roteiristas. No momento só consigo sentir-me atrás das grades com a série. Preso e completamente fisgado a esta trama de mistérios que tem tudo para emplacar.

P.S.: Não tinha uma abertura melhor não, Fox?

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