Não traia a sua confiança e passe bem longe dessa série.
Betrayal é a nova série de uma única palavra da
ABC – que já possui a supervalorizada Revenge e a subvalorizada Scandal. O
passo mais certo do canal, após dar sinal verde para produções sobre vingança e
escândalo, seria colocar uma série inteiramente sobre traições, mesmo que ambas
já existentes possuem plots similares. A série narra a história de Sara (Hanna
Ware) uma mulher casada com o promotor público Drew (Chris Johnson). Sara é uma
bela mulher, mas insatisfeita no casamento, que começa a ter um caso com Jack
McAllister (Stuart Townsend) , um advogado de uma poderosa família, cujo
patriarca é Thatcher Karsten (James
Cromwell). Um assassinato fará com que os dois advogados trabalhem no mesmo
caso, colocando Sara no meio de um jogo de intrigas e lealdade.
A ideia da série é um clichê interessante, mas
o Piloto não traz um bom desenvolvimento para que o telespectador queira
aparecer semana que vem para continuar acompanhando essa história. Os
personagens não são bem desenvolvidos e não há muito espaço para que isso
aconteça – o Piloto foca, primeiramente, no amor tórrido de Sara e Jack.
O grande plot
twist do episódio veio só no final, mas pela edição de várias cenas durante
o episódio já havia ficado claro como a narrativa continuaria a partir dali. Se
o plot do assassinato for trabalhado
bem, a série dará muitas chances para que alguns personagens brilhem. A série
deveria ser uma guilty pleasure, mas
ninguém acredita nisso, nem os próprios roteiristas, que tentam de tudo nos
vender uma série “séria” e com “bom roteiro”. Os problemas de execução são
enormes e nenhum personagem foi desenvolvido o suficiente para ser reverente.
A traição, em primeiro lugar, não faz tanto
sentido. Ambos são bem casados e concordo que ambos possuem problemas nos
respectivos relacionamentos, mas não há nada para se chocar aqui. O marido de
Sara pode ser sim um viciado em trabalho e que não ouve a mulher, mas Sara não
parece estar se importando tanto com isso. O caso de Jack é mais diferente: ele
raramente conversa com a mulher, que também aparenta ser um pouco superficial.
O momento em que os dois se encontram pode ser considerado mágico, pois a química
realmente existe. E somos relembrados dessa química durante o resto do
episódio... Literalmente, o tempo todo.
A “conexão” entre os dois acontece tão rápida
que logo no segundo dia após se conhecerem, alugam um quarto em uma pousada, em
outra cidade. É algo avassalador, mas não no bom sentido. Tirando uma ligação
que Sara recebe de seu filho, não há nenhum outro momento em que algum dos dois
comenta o tanto que aquilo que estão fazendo é errado. Eles até tentam “terminar”
o que mal começou, mas tudo termina em sexo.
Confesso que para uma série da ABC, ou seja, de
canal aberto, a cena de sexo foi composta de muita nudez. Tirando isso, a
produção é sem sal, entediante e com muitos problemas de execução. Poderia até
servir como guilty pleasure, mas a
própria série não dá insumos para que isso aconteça.
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