It's raining zombies... aleluia!

Em termos de qualidade, The Walking Dead é a série que mais oscila atualmente na TV. Seu primeiro ano começou impecável, porém encerrou de modo anti-climático. O segundo seguiu o caminho contrário, nos fazendo dormir por tempo integral para somente nos acordar em sua season finale. E o terceiro... esse repetiu o feito do primeiro com um desfecho pueril e esquecível, após ter feito uma primeira metade de temporada excepcional.

Assim, chegamos ao quarto ano da série, na esperança de que talvez (só talvez) desta vez as coisas se mantenham estáveis, já que, como costumam dizer, a esperança é a última a virar walker.

Apesar de tudo isso, devo reconhecer que "30 Days Without An Accident" é, sem dúvidas, uma excelente season premiere. Com desenvolvimento impecável e excelentes atuações, fica até difícil encontrar qualquer demérito no episódio que me permita dizer o contrário. Contudo, o gosto amargo do desfecho da temporada passada ainda permanece em nossos paladares, como um constante lembrete de que toda a qualidade que vemos aqui pode um dia, novamente, desaparecer diante dos nossos olhos.

Todavia, a premiere cumpriu o que, a meu ver, eram seus dois maiores objetivos: (1) não ser um marasmo tedioso semelhante ao que vimos na fazenda e (2) não apostar apenas no gore das sequências de ação para manter seu telespectador acordado durante os 40 e poucos minutos de sua exibição (o que poderia soar repetitivo já que foi exatamente isso que foi feito na estreia da temporada passada).

Os roteiristas, contudo, conseguiram trazer um excelente balanceamento entre o drama e a ação, já que o episódio está constantemente pulando de diálogos interessantes a sequências que nos fazem perder o fôlego (vide a chuva de zumbis).

Nesse meio tempo, o roteiro ainda enfrenta o desafio de nos apresentar aos novos personagens da temporada. Afinal, necessitamos de mais Lori's e Shane's para serem saboreados por zumbis, correto? Nenhum deles, porém, cativa. E os que conseguem maior destaque morrem ainda na premiere, como na sequência do mercado e ao término do episódio.

E por falar em sequência do mercado, apesar do CGI asqueroso do momento em que a aeronave despenca do teto, devo dizer que a tensão e o suspense daqueles momentos foram muito bem construídos, fazendo deste um dos melhores banhos de sangue já proporcionados pela série. 

Entretanto, o ponto alto do episódio ficou, de fato, por conta de Rick que, durante uma caminhada fora da prisão, conhece a sobrevivente Clara. Juntos eles trazem um peso dramático incrível ao episódio, em especial, nos momentos em que: primeiro, esta decide se suicidar (para, segundo a personagem, poder finalmente ficar ao lado do marido walker) e segundo, quando esta responde, em seu leito de morte, às três perguntas que o nosso protagonista faria, caso Clara pretendesse entrar para o grupo.

Por fim, "30 Days Without An Accident" fica como um grande exemplo do que deveria ser qualquer episódio de The Walking Dead. Uma junção equilibrada de drama e suspense com um gancho empolgante no final. Dito isso, mal posso esperar para que tenhamos, mais uma vez, uma primeira metade de temporada espetacular e uma outra metade sofrível, caso a série decida manter a fórmula dos anos anteriores, é claro. Torçamos para que não.

PS.: Este episódio registrou 16 milhões de audiência, o que é monstruoso para uma série de TV a cabo e mais um recorde de números estrondoso para The Walking Dead.

PS.2: Desfecho do episódio nos fazendo morder a ponta do travesseiro de ansiedade pelo próximo. Aliás, R.I.P. Greg (amigo do carinha que mora logo ali).

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