Cory Monteith.
1982-2013.

Há uma razão especial para que na abertura deste emocionante "The Quaterback" apareça a silhueta de Finn (Cory Monteith) substituindo uma das letras que compõem o título de Glee. Afinal, o personagem (e ator) sempre fez e fará parte do que a série é e representa para seu público. Finn sempre esteve ali, no centro de tudo, unindo o grupo, cantando duetos belíssimos ao lado de Rachel e nos fazendo "não parar de acreditar". Ele é um pedaço de Glee que nos deixou. E isso já é o suficiente para explicar o porque deste episódio ter um impacto tão forte sobre nós.

Primeiramente, devo dizer que Ryan Murphy acertou ao optar por não focar em como e quando o personagem morreu, já que Finn se foi, e saber o motivo de sua morte não mudará isso. Desse modo, ele consegue focar naquilo que realmente importa em um episódio como este: celebrar a vida de um ator e personagem querido (e odiado também, convenhamos) que nos deixou.

Outro grande acerto foi a distribuição do foco entre os personagens. Ao deixar Rachel para surgir apenas nos minutos finais do episódio, os roteiristas não transformaram este no show da viúva Lea Michelle e puderam explorar o luto de cada um dos personagens (com exceção de Artie que, não sei por qual motivo, não recebeu o mesmo foco que os antigos alunos, mesmo estando lá desde o início) com o tempo e calma que eram precisos.

Mais importante, Carol, a mãe de Finn, não foi deixada de fora de tudo isso, sendo inclusive a responsável por um dos momentos mais tristes de "The Quaterback" ao falar sobre a dor de perder um filho para Burt e Kurt em uma sequência capaz de derrubar qualquer um.

Vale também ressaltar a forma como o roteiro utilizou o casaco de Finn como artifício para dar a cada um dos personagens uma última oportunidade de se despedirem e abraçarem o quaterback. E, por isso, é perfeitamente compreensível que Mr. Shue tenha ficado com o objeto ao término do episódio, já que o mesmo também havia sido o último a liberar toda sua dor e frustração de perder Finn.

Quanto a Puck, confesso que este me soou forçado demais no papel do revoltado em luto. Coach Beiste, porém, trouxe ao episódio um belo discurso sobre o que devemos fazer para aproveitar a "linha" que representa as nossas vidas, do momento em que nascemos até o que deixamos a tudo e a todos.

Por fim, as escolhas das músicas pareceram ser as mais apropriadas, já que foram elas as verdadeiras catalisadoras dos momentos de maior emoção do episódio. "Seasons of Love" e "Make You Feel My Love" sendo as minhas prediletas. Em especial esta última, que conta com a atuação mais verdadeira vinda de uma atriz que já vi na história da TV, uma vez que, naquele momento, as lágrimas de Rachel para Finn mais soam como as lágrimas dolorosas de Lea Michelle para Cory Monteith, algo que se repetiu durante todo o episódio.

PS.: Incrível como em um momento como este, o roteiro de Glee ainda consegue trazer certo humor, vide Tina reclamando por ter que usar preto todos os dias e os folhetos sempre "diretos" de Emma.

PS.: O embate entre Santana e Sue me pareceu um pouco destoante do restante do episódio, embora tenha gostado e muito de quando esta última reconhece: "Não há lição aqui. Não há final feliz. Não há simplesmente nada. Ele se foi."

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