200 episódios turbulentos de emoções.
Estamos na décima temporada de Grey’s Anatomy, mas para quem acompanha
a série desde o início sabe que ela estreou em março de 2005. Portanto, ainda
não completamos 10 anos completos da série, mesmo que estejamos bem próximos. O
que fica aqui é a sensação de aproveitamento, levando em conta que destes 200
episódios, quase a totalidade foi deliciosa.
Para um episódio comemorativo, a série poderia
ter se dado o luxo de andar um pouco mais e fazer um episódio mais do que
memorável. Se compararmos o 200º com o 100º, sabemos quem ganharia. De lá pra
cá, muita coisa mudou, mas algo fica claro: a história da calcinha no quadro
sempre será lembrada.
Uma ação beneficente era necessária,
considerando o estado que o hospital se encontra. O legal aqui foi o uso
avassalador do humor, com todos os médicos brigando para ver quem conseguiria mais
dinheiro para o hospital. Um bom trabalho de Callie, matando Arizona (quase que
de novo!) para conseguir o que quer e Cristina, praticamente se vendendo para
conseguir um cheque bem gordo. O mesmo pode ser dito sobre o plot de Arizona e
Kepner, cuja companhia achei que daria em lesbianismo. A fala “me empresta sua
perna” com certeza já entrou na listinha das melhores frases da série.
É difícil pensar que Owen e Cristina não vão
mais acontecer, afinal eles são o melhor casal da série. Só de pensar em como
tudo começou, fica aquele sentimento de que algo ainda está errado, mesmo
entendendo a necessidade de separá-los. É normal que alguém não queira ver o ex
com outra, especialmente em uma festa onde você também está frequentando,
deixando claro que não importa quem decidiu terminar, ambos pertencem um ao
outro, sempre.
O episódio seguinte seguiu o mesmo nível dos
anteriores, ao apostar mais na comédia do que qualquer outra coisa. A única
ressalva aqui continua sendo Richard e seu plot “eu sei o que precisa ser feito
para me salvar”, sendo que ele não sabe mesmo. O mesmo aconteceu no episódio
seguinte e convenhamos que nada vai salvar esse plot. Parece até que Shonda
Rhimes decidiu não matar o Richard para que a gente fique com vontade de
matá-lo. Não dá para aguentar mais esse mimimi do personagem. É coerente que
Richard seja um cabeça dura, mas todo médico precisa entender que há um momento
em que você precisa deixar as decisões para outras pessoas.
O caso da semana funcionou muito bem para
Callie, que finalmente decidiu para de viver pelas outras pessoas. É incrível o
tanto que a personagem evoluiu na série, então é claro que a cena em que ela
finalmente se livra de todas as amarras, dando um chutão na bunda de Arizona.
Depois desse episódio, fica difícil acreditar que as duas vão voltar, mas pelo
menos estão conseguindo lidar bem com a narrativa, não deixando ficar muito
maçante.
Uma narrativa que sempre foi maçante é o
relacionamento entre Avery e Stephanie. Os dois não possuem nenhuma química,
mas de alguma forma, Shonda Rhimes decidiu que deveriam ficar juntos. Dito
isso, não tinha como não gostar da Drª Avery aproveitando para encher o saco da
nora a cada oportunidade. Mesmo que o final tenha sido esperançoso, afinal a
interna realmente mostrou o que queria, nada adianta quando o casal principal é
sem sal.
Incrível como a Jo e a Izzie são parecidas.
Acho até que a Shonda escreve pra Jo o que ela provavelmente pensou pra Izzie
antes da Katherine largar a série, pois a coincidência entre ambas é enorme. A
única diferença é que Jo é mais chata do que Izzie, e o limite foi a petulância
da mesma ao tratar o “pai” de Alex. Convenhamos que parecia até que ela queria
pegar o coitado, fazendo uma brincadeira entre pai e filho.
Porém, o ponto alto do episódio foi o maior
problema que todos os pais enfrentam atualmente – equilibrar o trabalho com a
vida pessoal. Meredith já provou várias vezes ser uma cirurgiã competente, mas
bem como Cristina disse, suas prioridades mudaram. Ela também não se dedica
tanto quanto Cristina.
Sobre o grande embate, é fácil dizer que
Cristina foi profissional. Não é porque ambas são melhores amigas que ela deve
fechar os olhos e esquecer o que estava acontecendo – Meredith não consegue se
focar e a primeira prova foi a cena da paciente, em que ela se esquece de
examiná-la logo após falar sobre o baby Bailey. É uma fase de adaptação, e a
falta de foco ocorre. Cristina iria realizar uma cirurgia complicada e Meredith
nem leu o artigo que falava sobre os procedimentos.
O momento foi necessário e não acho que
Cristina pegou pesado. Da mesma forma, fica evidente que nenhuma aqui está
errada – Meredith tem medo de se tornar a sua mãe e não quer colocar a carreira
na frente da família, mesmo não admitindo. E verdade seja dita, ela realmente não se
dedica tanto quanto a Cristina. E é esta a razão da Cristina ter decidido não
ter filhos, ela não quer dividir a atenção do trabalho dela com crianças. E Mer
escolheu outro caminho, então não dá agora para se comparar com a Cristina,
elas estão em estágios da vida totalmente diferentes.
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