Entre o céu e o inferno.
Assim encontra-se “Supernatural” que nem de longe estava nos meus planos para a Fall Season 2011, porém, decidi assistir a Season Premiere desta 7ª temporada na esperança de que o Deus Cas iluminasse meus olhos com algo digno do que a série foi há dois anos. Diante disto e trazendo doses de tensão, um roteiro bem trabalhado e outros momentos risíveis (que tudo indica, eram para serem levados a sério), só nos resta saber: vale a pena continuar acompanhando?
Acredito que sim. Já me torturei o suficiente para saber que “Supernatural” consegue ser pior do que isto. Ao mesmo tempo, sabe ser genial quando quer. Entrega fillers melhor do que qualquer outra série, portanto é irregular. Não tem palavra que possa classificá-la melhor. Afinal, até mesmo você fã que veste camisas do tipo “I Love Jared” sabe que no fundo, no fundo, a 6ª temporada foi a pior temporada de “Supernatural”.
Acreditem quando digo que a Season Premiere me agradou. Me divertiu em dados momentos, mas conseguiu atingir uma resolução anti-climática. Esse é o problema de “Supernatural”. Quando coloca as cartas na mesa, apresenta possibilidades para tramas que podem ser tão interessantes quanto a do Apocalipse - descartado como o grande evento que poderia ter encerrado a série em seu melhor momento - porém, insiste em jogar tudo fora na simplicidade com que as conduz.
Partindo do exato ponto em que a temporada culminou em um desfecho recheado de possíveis resoluções, Cas como Deus rendeu momentos bons, outros ruins e alguns impensáveis. Qualquer outra série teria a sensatez para não executar cenas do tipo: a troca da imagem de Jesus por Cas na janela da igreja. Que a propósito, se aquilo serviu de alivio cômico, foi melhor do que todos os episódios fillers que Sera Gamble já nos presenteou.
O seu objetivo era figurar um Deus melhor do que o que conhecemos. Curando cegos aqui, matando padres hipócritas acolá. Ele foi responsável por um estrago que até o Papa ficou com os cabelos em pé. Só não o público, por que Castiel não convence como vilão. Talvez seja a culpa da sua aparência “sexy” como é descrita por uma devota, mas de fato, não consigo vê-lo com outros olhos que não o de um anjo que sequer sabia como deixar uma mensagem de texto a temporadas atrás. Em paralelo, Dean e Sam estão ineptos perante o poder do novo Deus, encontrando a solução na sua velha amiga: a morte.
Em contrapartida, o roteiro da premiere foi bem executado em determinados momentos. Conseguiu instigar-me com a questão de Sam ainda estar no inferno, o que a propósito acho impossível, considerando as circunstâncias. O banho de sangue causado por Cas conseguiu ter certo impacto. Porém, acima de qualquer trama envolvendo anjos, demônios e simpatizantes, o gancho que mais me prendeu nesta premiere e que acredito ser a trama combustível para muitas explosões, foi sobre os Leviatãs. Antes dos humanos, eles foram criados e presos no purgatório por serem criaturas “inteligentes e maliciosas”, quase que uma geração que não deu certo.
Os Leviatãs podem ser os vilões que precisamos para dar seguimento a uma temporada bombástica. Aliás, a introdução deste ano pareceu ter sido muito mais bem trabalhada, em termos de mitologia, que a da 6ª temporada. Dito isso, acredito que em geral, o episódio foi definitivamente muito melhor que “Exile On Main Street”, a premiere mais fraca de toda a série. Ao mesmo tempo em que a trama soa, de certo modo, promissora.
A resolução fraca que citei acima foi a súbita desistência de Cas do poder das almas, mas relevando dado acontecimento, a maneira como este as libertou foi bem executada. Os efeitos também foram bons para o orçamento da CW. E neste meio tempo, Dean continua concretizanto o personagem mais interessante da série com ótimas sacadas do tipo: “Talvez anjos não precisem respirar” ou “Sabe o que eu vou fazer, eu vou ficar aqui, me encher de comida e assistir a um desenho pornô asiático como se o mundo estivesse para explodir. E quer saber de uma coisa, está!”.
Promissora é a palavra para esta 7ª temporada. Pois, ainda vejo uma mitologia interessante e bons ganchos que poderão render muito a série nos próximos episódios. Vamos torcer para que Sera Gamble não jogue tudo no lixo, certo? Para finalizar, um último comentário sobre a nova abertura da série: sen-sa-cio-nal!
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