Primeiras impressões: "Up All Night"

"Are we dead?"

Apresentando uma comédia sobre pais de primeira viagem, a NBC traz “Up All Night” que foca na relação dos recém-chegados da maternidade Reagan (Christina Applegate) e Chris (Will Arnett) com sua bebêzinha fucking beautiful.

Seguindo de um bom roteiro que na maior parte do tempo divertiu com boas sacadas, a série parece ter futuro. Ademais, no que se diz respeito a uma comédia família, vale ponderar que poucos serão aqueles que não curtirão o seu estilo.

O piloto fica aquém de algo hilário, mas apresenta grande potencial. Ele baseia-se nas dificuldades de Chris, principalmente, que largou a carreira de advogado para ficar em casa cuidando da filha Amy. Obstante a isto, Reagan continua trabalhando para a versão biruta da Oprah, a apresentadora de um talk-show de nome Ava.

Chris, interpretado pelo nada engraçado Will Arnett, passa a maior parte do tempo no sofá jogando vídeo games. Isto quando não está no supermercado lutando com senhoras de 80 anos de idade, que a propósito são um perigo as bochechas de qualquer criança na faixa dos 6 meses.

Reagan - interpretada pela não tão, mas ainda melhor, Christina Applegate – cuida não só de Amy como de sua segunda filha: Ava. Esta personagem, por sua vez, toma grande parte do tempo do piloto com seus chiliques a la Caetano Veloso em uma dose Ana Maria Braga de ser. Interessante como o dialogo sobre aprender a dizer não a Ava logo a coloca na posição de filha do casal. Uma boa dinâmica.

Dos bons momentos, Reagan se sobressaiu na sua má tentativa de por uma saia. O sofrimento de qualquer mulher após a gravidez, como muito bem foi ressaltado pelo apresentador Matt Lauer. Em decorrência da vinda do bebê, as típicas brigas de marido e mulher logo chegam ao casal, como na cena em que Reagan e Chris discutem quem passou mais tempo com a filha durante o período da noite, no entanto, a relação ainda parece inatingível a ponto de Chris sugerir uma rapidinha no final da discussão.

Outro momento em especial segue com o casal relembrando os tempos de namoro quando passavam a noite em claro “agindo como idiotas”. A cena karaokê talvez tenha sido a melhor de todo o piloto. Tudo isso seguido de uma ressaca capaz de mistérios maiores que os de Lost: “Nós estamos mortos?”.

Acredito que será interessante acompanhar as trapalhadas e o amadurecimento destes pais de primeira viagem, que sequer conseguem trocar uma fralda sem criar uma guerra civil com a própria criança ou até mesmo ficar perto da filha sem falar um “Holly Shit!”. Na espera por algo melhor, “Up All Night” continuará a agradar minhas noites de quarta. Assim espero.