Eu finalmente sei quem eu sou - Clark Kent
No dia 16 de Outubro de 2001, a jornada de “Smallville” se desencadeava na vinda de um pequeno garoto com grandes poderes ao planeta Terra. Um garoto com um único destino. O garoto que se tornou Superman. Dez anos depois, no dia 13 de Maio de 2011 a história chegou ao seu fim. 10 anos dos quais sentirei falta, 10 anos de uma caminhar que culminou no grande vôo que presenciamos nesta Series Finale. 10 anos de “Smallville”.
É tanto para se falar desta jornada que durou tanto tempo e para resumir isso em apenas uma hora e meia, difícil mesmo será expressar nesta review os meus sentimentos durante a Series Finale. Mas tentarei. Amei algumas partes, chorei, me irritei com outras e por isso terei que contar passo a passo de como foi toda essa experiência. Do pequeno garoto que como resumiu Chloe em um curto comicbook: cresceu na cidade de Smallville e veio a se tornar o homem de aço.
A certeza do que veríamos não era uma só. Esperávamos ver Lex, vimos. Esperávamos ver Clark no uniforme, vimos (mesmo que de longe). Esperávamos ver todos os nossos personagens queridos de volta, vimos. Assim a conclusão que tive é de que tivemos um Series Finale digno que cumpriu a premissa que a série vem trazendo desde seu “Piloto” e que cumpriu em sua execução o dever de exemplificar em tela todo o simbolismo que há em torno do herói que viemos a comumente conhecer.
Primeiramente, gostaria de falar de Clark e Lois. A relação dos dois com o drama do casamento e afins foi um simples ‘enche lingüiça’, eu sei, mas acabei me deixando levar pela forma como tudo foi apresentado fazendo menções a bela relação que se construiu desde a aparição de Lois no início da quarta temporada. Até quem não acompanhou spoilers sabia que teríamos o casamento, portanto não havia motivo para pânico.
A repercussão que o casamento teve para os fãs de Lois e Clark superou qualquer expectativa. Eu, particularmente me emocionei com os votos de ambos, assim como a simples presença de Martha e o olhar carinhoso de Johnattan para com seu filho. Pelo conjunto da obra, este foi um dos melhores momentos do episódio, sem dúvida alguma.
Não só o casamento, mas todo o episódio foi marcado por retornos. Primeiramente, Chloe que abre o 2.21 "Finale" na companhia de seu filho. Interessante notar que no casamento, é Chloe a única a notar que há algo de errado. A sequência em que Chloe protege Clark do anel de Criptonita dourada resume de forma simbólica toda a relação de cumplicidade que esta dupla teve durante tantos anos. Bela sacada dos roteiristas.
Porém, o maior e mais esperado de todos os retornos na história desta série foi o de Michael Rosenbaum como Lex Luthor. E tenho que dizer que Michael estava excepcional. Não sei se minha total nostalgia cegou meus olhos, só sei que consegui apreciar até o último minuto, em que Lex aparece em vídeo como presidente da república, a sua aparição.
Seu papel na Series Finale era claro: todo herói precisa de um vilão e mesmo que não tenha havido um grande embate entre Lex e Clark, o diálogo de gigantes valeu cada segundo. Ademais, bastante crível a maneira como trouxeram de volta a personagem juntando as partes qualificáveis de seus clones para criar um unicamente perfeito. Com a excessão de um único órgão. O fato de Lex não ter desenvolvido um coração se encaixa perfeitamente no simbolismo da fase de mudanças cuja personagem passou desde a 1ª temporada, sendo o cara legal que só queria agradecer ao caipira que salvou a sua vida, até hoje, o Lex cruel que passamos a conhecer.
Mudanças é definitivamente a palavra que define cada personagem que atravessou a trama de “Smallvile” e Tess é uma delas. Vinda ao mundo com selo Luthor de qualidade Tess é tentada a juntar-se a Vovó bondade e deixar Darkseid tomar posse de seu corpo. Contudo, Tess tornou-se a típica pessoa ruim fazendo coisas boas, como a própria Vovó disse. E apesar de não gostar muito da participação da personagem nesta temporada, gostei da forma como sua trama foi executada na Finale e por isso achei que ela merecia um destino melhor que morrer nas mãos de seu odiado irmão, Lex.
Contudo, Tess teve dois grandes propósitos nesta Series Finale, o primeiro: dar um tiro em Lionel e segundo: apagar a memória de Lex. Essa foi uma jogada esperta e ao mesmo tempo uma saída fácil dos roteiristas para dar um fim a Lex deixando em aberto o futuro da personagem. Imagino se daqui a alguns anos Lex não recuperou sua memória e deu continuidade a sua vilanice. Porém, só fica realmente claro o fato de que o vilão veio a se tornar presidente da república.
Já que citei Darkseid e o retorno de Lex Luthor, é válido elogiar os produtores pela forma como conseguiram conduzir este final de série com tantos vilões e arcos a serem fechados. A princípio a ameaça de um apocalipse em forma de planeta amedronta toda a população. Esta foi a maneira que os showrunners encontraram de tornar o fim mais espetacular visualmente falando. Fazendo deste planeta parte dos planos de Darkseid, esta era a última ameaça que o nosso herói teria de enfrentar.
Clark expulsa a Escuridão da Terra e assim aceita seu destino ao enfrentar o último teste que Kal-El o reservou. É chegada a hora. Todo fã de “Smallville” viu o coração bater mais forte quando o uniforme de Superman surgiu congelado na Fortaleza e ninguém mais apropriado que seu pai adotivo Johnattan que guiou os passos de Clark na Terra e fez dele quem é hoje, para entregá-lo o objeto simbólico de transição entre garoto e Superman.
Só de imaginar que esperamos tanto tempo por isso, só para ver nosso herói voando pelas ruas de Metrópolis e salvando a população do planeta Apocalipse. Nostalgia total, ainda mais quando a clássica trilha de John Williams (dos filmes de Superman) acompanha a última sequência da série conceituando de vez quem é àquele Clark que vimos correr para a chamada de uma ameaça de bomba, subir no telhado do Daily Planet, abrir a camisa e encerrar o episódio com um close no símbolo que este mesmo disseminou como sinal de esperança para o mundo. O ‘S’ de seu uniforme.
Tem como não amar Lois? Ver nossa repórter favorita se tornando bem sucedida no Daily Planet após sua exclusiva com o presidente foi sensacional.
A cena clássica em que Clark segura a turbina do avião e o re-equilibra superou minhas expectativas. Contudo, tenho uma objeção. Não gostei do fato de não mostrarem Clark no uniforme, em nenhum momento vimos ele em pé na nossa frente. Vimos apenas um boneco holográfico seu no espaço e seu rosto com a capa esvoaçante ao fundo. Pecou feio.
Já que elogiei o suficiente, devo desabafar mais alguns erros que presenciei durante o episódio. Alguns deles: 1 – A facilidade com que Lois entra em um jato da Guarda Nacional e despista o segurança. 2 – O tamanho desproporcional do planeta Apocalipse (o planeta é do tamanho da Terra, mas na cena final em que Clark o empurra ele parece ser menor que a cidade de Metrópolis) 3 – O fato de que o símbolo do uniforme no fim não ser igual ao do uniforme que vimos na Fortaleza (percebam que o da Fortaleza é muito mais detalhado, em auto-relevo). Não duvido que Tom Welling tenha usado uma camisa de pano verde na cena. 4 - Foram 5 vilões, GRANDES vilões mortos em menos de 20 segundos, se juntarmos o cronograma das cenas dos canpangas de Darkseid, o próprio e Lionel Luthor.
O retorno de Jimmy Olsean também é destacável. Afinal, não poderia faltar neste fim o fotógrafo clássico dos quadrinhos do Superman, mesmo que este Olsean seja uma cópia, ou melhor, o irmão do Jimmy que morreu.
A meu ver, Oliver também teve um fim justo. A redenção do personagem com Clark apesar de facilmente previsível, foi digna. Além do mais, foi bom ver o Arqueiro de volta à ativa matando três coelhos com uma flechada só. Tchauzinho Vovó Bondade, Godfrey e Desaad. Foram mais rápido que um peido.
A abertura ao som de Remy Zero nunca pareceu tão boa. Nostalgia nas alturas. Somebody Save Me...
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