A realidade verdadeira é aquela onde "Awake" fez uma boa estréia.

"Awake" estreou com uma proposta capaz de prender, desde os fãs mais ávidos de ficção científica até o público que gosta de dramas. E foi com essa premissa que a NBC decidiu "vazar" seu piloto na internet, esperando receber boas críticas, o velho "boca-a-boca" do público e fazer da estréia de "Awake" um sucesso de audiência.

Não garanto que será, todavia, o arco da série foi tão bem apresentado neste pre-air que sinto-me na obrigação de acompanhá-la. Este, por sua vez, está completamente dividido entre duas realidades paralelas (atrativo para fãs de Fringe) criadas a partir de um acidente de carro, onde de um lado o filho de Michael, Rex sobreviveu ao acidente enquanto sua esposa Hannah faleceu. Em outra realidade, foi sua esposa quem sobreviveu ao acidente, enquanto seu filho está morto.

Em meio a tantos saltos tempo-espaciais, não é o sci-fi, nem mesmo o drama, o aparente caminho que "Awake" pretende pavimentar. Posso estar enganado, mas a impressão que fica é de que a série tentará se sustentar com casos semanais, não fungindo a regra dos tantos procedurais lançados a cada ano na TV. Ou seja, os casos semanais poderão se tornar foco ou apenas uma nuance da série, dependendo do interesse dos roteiristas, se é lucrar ou criar uma trama de qualidade.

Mas em termos de "primeiras impressões" a qualidade deste piloto é inegável. É algo que poucas séries tem conseguido alcançar nas últimas temporadas; de tal modo que em poucos miutos o roteiro conseguiu apresentar bem sua premissa, produzir boas reviravoltas, fomentar uma atmosfera de tensão bem construída e até mesmo dar um tom de conspiração. Ainda é válido ressaltar o bom trabalho de fotografia da série que investe em tons escuros na maior parte das cenas para dar um ar diferente a cada uma das realidades.

Jason Isaacs (o Lucio Malfoy de "Harry Potter") é outro ponto forte. Ele encontra-se orgânico no papel de Michael, ao mesmo tempo que sustenta todo o elenco de apoio de "Awake". Este também possui nomes conhecidos como o de Dylan Minnette (o filho que nunca existiu em "Lost") interpretando Rex, Laura Allen (Terries) no papel de Hannah e Michaela McManus (The Vampire Diaries) como uma professora de tênis pela qual Michael se apaixona. Logo a mesma questão de Fringe aqui é levantada: é traição quando se namora outra pessoa em outra realidade?

No âmbito do mistério, temo que "Awake" não seja ambiciosa o suficiente para inovar e investir em uma mitologia completamente diferente. O exemplo mais recente foi o de "Alcatraz", cujos roteiristas aparentam não possuir uma resolução para o mistério que criaram. E se tem algo que aprendi com este gênero, é que planejamento e cautela nos detalhes é essencial para que se consiga uma trama de qualidade.

PS.: Eu estava na expectativa de que este piloto fosse ruim para fazer o trocadilho: Awake está mais para Sleeping. (Aprendam inglês!)




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