Quando sua melhor defesa é o inimigo.

"Uma ponte para que possamos trabalhar juntos, para consertar..." disse Peter segundos antes de partir da sua linha temporal, sintetizando exatamente o que vemos no panorama atual de Fringe. Dois universos trabalhando em prol do bem comum, contra um dos maiores vilões que essa série já conheceu: Robert David Jones.

Ao dar entrevistas durante o período pré-quarta temporada, os roteiristas de Fringe disseram que estaríamos diante de um reboot da série. Um recomeço para todos os personagens, revisitando fatos e personagens da primeira temporada. Como tudo na série, a proposta tem sido trabalhada com maestria, principalmente se tratando do retorno de Jones, vilão homérico que carrega aliados infiltrados em cargos de suma importância para a segurança dos universos.

"Enemy of My Enemy" é um episódio que representa um jogo de antagonistas, aliados e piões. Onde a melhor estratégia é unir-se aos seus inimigos para lutar contra um vilão ainda pior. Diante disto, piões como Broyles (shapeshifter, acredito eu) acabam por ser peças importantes no tabuleiro desta 4ª temporada.

Como vimos na cena de abertura, Broyles pega uma injeção de cor amarela para injetá-la em Lincoln (da versão A/C). Porém, o mesmo é interrompido por Walternativo e não pode concluir seu plano. A meu ver, a intenção de Broyles era transformar Lee em um um shapeshifter, no intuito de ganhar mais um aliado infiltrado no lado A. Como já foi explicado, os metamorfos da atual temporada foram um dia humanos, portanto, qualquer um pode ser usado.

O ritmo de conspiração a qual o episódio manteve-se foi excelente. Mas o que realmente me surpreendeu foram os efeitos visuais. Indo desde a maquiagem de Robert Jones, até ótimas sequências de ação, com destaque especial para o carro de Olivia sendo cortado como papel. Ainda é válido dizer que o ataque biológico no hospital (com direito a mão sendo dissolvida) foi ligeiramente perturbadora.

Já a carga emocional do episódio ficou por conta do diálogo de Elizabeth e Walter. Nele, descobrimos que Walter nunca recebeu o seu sinal de perdão: a tulipa branca que sequer alcançou seu destino final, conforme vimos no 2x18 "White Tulip", episódio cuja cena final chega a ser indescritível.

O mesmo é válido dizer da atuação de John Noble, destacando-se em ambos os papeis interpretados neste 4x09. A serenidade do diálogo entre Walter e Peter é de uma escala humana perfeita. Os atores (destaco também Joshua Jackson) encontram-se tão orgânicos nos papéis que transmitem para fora da tela todo a carga sentimental que aqueles personagens tem para um com o outro.

Ainda revisitando outros elementos da trama, vimos mais uma vez o chá, que um dia fora usado por Bell para transferência de almas, tendo papel importante na trama, desta vez como rastreador. Enfim, Fringe ensinando-nos, novamente, a nunca aceitar bebidas de terceiros.

Em suma, a primeira fase do plano foi conluida com êxito. A segunda está a caminho, sendo realizada por Nina Sharp (acredito eu que esta seja também um metamorfo). Está claro que a parte dois do plano deverá estar relacionadas as habilidades de Olivia. Como tudo em Fringe é prelúdio para algo maior, os testes com Cortexiphan parecem cruciais para o plano de Jones. Isso me recorda do episódio "Ability", onde o personagem põe Olivia em teste, tendo a mesma que apagar as luzes de uma bomba com sua mente.

Me parece que os roteiristas estão pondo todos os acontecimentos em um funil, onde no final tudo se unirá fazendo completo sentido. Ainda mais agora onde os elementos postos um a um tem dado corpo a trama da temporada que para muitos ainda parecia indefinida e que agora revela seu verdadeiro foco: os metamorfos.

Easter Eggs

Apesar de facilmente perceptível, o observador nesta semana me intrigou de modo diferente. Após vermos September baleado no episódio anterior, neste ele não aparece. Ao invés dele, outro observador (acredito eu que seja December) aparece durante a perseguição a Robert David Jones. Mas a principal pergunta é: será que veremos o nosso observer favorito novamente?


O Glyphs Code da semana soletra a palavra "DEATH". "MORTE", no português. Ele é também um dos códigos mais genéricos da série, pois pode estar ligado a diversos pontos da trama. Temos vários exemplos neste 3x09 que podem representar a morte, seja ela pela dor de Walter e Elizabeth pela perda do filho, ou a analogia sobre uma vida sem propósito feita por Jones antes de matar um de seus metamorfos. Entretando, o promo do próximo episódio revela que este é um prelúdio do que veremos no 4x10. Confiram:

Houveram várias referência ao episódio "Of Human Action" (2x07) neste 4x09. Entre elas o uso do computador (anos 80) de Nina Sharp, visto no final do episódio (2x07) pela mesma para se comunicar com William Bell e também vista neste episódio (4x09) para se comunicar com Robet Jones. Notável a cor da letra, que se repete. E se formos mais afundo, veremos que ambas as conversas diz respeito a experimentos com Cortexiphan, os mesmos que Nina disse a Jones que estava realizando em Olivia. Em outras palavras: A segunda fase está a caminho.

O número 47, em referência a Alias (outra produção de J.J. Abrams) tornou a fazer aparições neste episódio. Vimos que o número de shapeshifters já criados por Robert David Jones é 47. Além disso, é possível notar no arquivo entregue a Olivia (por Broyles) que Jones tem 47 anos de idade. Vejam:


PS.: Adorei que a Astrid do lado D é extremamente nerd.

Postar um comentário Disqus

 
Top