Supernatural retoma a 8a temporada e nos coloca na história
principal, dá uma conclusão a outras tramas que já haviam passado seu prazo de
validade e ainda revela que há algo muito errado com nosso anjo favorito.
Coitadinho do
pobre do Alfie. Ele sofreu. O anjinho, nas palavras de Dean, “mais adorável do
Céu” realmente já viu dias melhores e dessa vez comeu o pão que Crowley
amassou. O anjo também conhecido como Samandriel já havia terminado a primeira
metade da temporada sendo torturado por Crowley, mas nesse episódio a tortura atingiu
requintes dantescos. Dessa vez Crowley usou os miolos de Alfie como uma
daquelas almofadas onde se espetam agulhas e alfinetes, a tal ponto de eu
chegar a pensar que estou vendo um episódio de American Horror Story.
Mesmo assim,
Alfie conseguiu mandar um sinal de socorro para Naomi, que convocou Castiel
para salvá-lo, pois temia que Crowley descobrisse os segredos guardados pelo
anjo. Eu não entendo muito de assuntos angelicais, mas não teria sido mais
interessante mandar a cavalaria resgatar Alfie antes de ele ter revelado o nome
dos futuros Profetas de Deus? Afinal, naquele episódio o anjo ainda não tinha
pregos espetados no cérebro e seu “rádio de anjo” ainda funcionava.
Crowley adorou
cada momento. Principalmente quando as perfurações fizeram com que eles
atingissem o “sistema operacional” e as “configurações de fábrica” do anjo. É
uma maneira um tanto esquisita de se referir a um anjo, mas, falando nisso e em
“tablets” vemos aí que foi o tipo de explicação que deve ter caído muito bem
com a plateia plugada de hoje em dia.
Seja como for,
essa foi a desculpa para a história reunir Castiel com os Winchesters. (Aliás a
cena em que Castiel acorda Dean depois que esse adormeceu com uma garrafa de cerveja,
foi hilária.) E como os dois estavam brigados por causa do caso de Benny e
Martin, os irmãos tiveram que enterrar suas diferenças, pelo menos por enquanto.
Aposto que até os fãs mais ardentes de Supernatural gostaram quando Castiel
mostrou autoridade e mandou que os dois “parassem com aquela merda”.
Enquanto o caso não se resolvia,
outras histórias paralelas ocorreram. Uma delas foi a chama que se reascendeu
entre Sam e Amelia. Olha, a gente até poderia pensar que, como dessa vez não
foi em flashbacks, a coisa seria um pouquinho mais interessante, mas não,
continuou chata.
Não acho que
Dean e Sam tenham necessariamente que terminar sozinhos romanticamente, mas só
a única opção que têm é de encontrar mulheres que sejam parceiras no “trabalho”
deles. Que estejam por dentro do que é ser um hunter e corram os riscos
necessários. E Amelia, nesse sentido, não acrescenta nada. De qualquer modo,
Sam e Amelia combinam de se encontrarem em dois dias naquele mesmo motel: se um
não estiver lá, significa que tudo estará acabado.
A outra história paralela se deu com Benny. Ele
ligou para Dean pois já estava no ponto em que ficava vigiando famílias lanchando
em um parque, e olhando para elas como Dean olharia deliciosos chesseburgers. Assim,
Benny buscava o apoio de seu “patrocinador”, como se fosse um ex-alcoólico tentando
se manter sóbrio. Deu para notar que Benny estava nas últimas e qualquer coisa
o faria ceder a uma fúria assassina. Ou seja, principalmente depois que Benny
provou o sangue de Martin, ele é uma bomba relógio pronta a explodir.
O clímax do episódio se dá com o ataque ao
Quartel-General de Crowley e seus demônios. Os Winchesters, mais um Castiel em
frangalhos, conseguem libertar o pequeno Alfie, mas não antes de ele fazer uma
importante revelação: assim como existe uma Tábua dos Demônios, existe uma
Tábua dos Anjos. E Crowley fará tudo para pôr as mãos nela.
E no ataque,
apesar de Castiel estar fraco demais para ajudar, ele tem flashbacks da ocasião
em que esteve prisioneiro de Naomi em sua sala branca sendo torturado, e
novamente pensei em American Horror Story e suas cenas de abdução alienígena.
O que significam essas cenas? Que o plano
dentário dos anjos é de péssima qualidade? Sabemos agora que os anjos estão
sendo controlados, como Samandriel revela a Castiel. E isso fica provado na
prática quando Castiel recebe ordens “em tempo real” de Naomi e extermina o
anjo que ele tanto queria salvar.
Realmente, o
sistema operacional de Castiel está com um vírus muito sério. O único consolo
que resta é que Castiel está chegando bem perto da verdade e esse controle de
Naomi sobre ele não irá longe. Só não entendi por que Alfie mandou um pedido de
socorro a Naomi se depois ele não queria que Castiel o levasse a ela com medo
do que lhe aconteceria.
E o episódio
termina com os irmãos reforçando sua codependência, queimando suas pontes com
outros relacionamentos custosos. Sam não vai ao quarto de motel para ver Amelia
e Dean diz a Benny que, dali por diante, é cada um por si. Tenho certeza de que
todos concordamos que chega de Amelia, mas a história de Benny ainda vai render
momentos interessantes e explosivos, só que não agora.
Parece-me que os
episódios seguintes se dividirão entre “standalones” (aqueles com histórias pontuais
deslocadas da trama principal) e a busca pelas “tablets”. Dá até para imaginar
um final de série para Supernatural em que demônios e anjos são selados no
Inferno e no Céu, respectivamente, deixando a humanidade finalmente seguir seu
caminho sozinha e os irmãos indo embora no Impala rumo ao pôr-do-sol.
Citações
memoráveis:
Dean: “Nossa nona fábrica abandonada. Não é bem a América?”
(Quer dizer que a economia tá tão mal assim por lá?)
Crowley: “O que mais você poderia querer, Viggo? Eu
lhe dei todos os instrumentos de tortura conhecidos pelo homem, com exceção de
um álbum de Neil Diamond.”
Dean (para
Kevin): “Tua mãe é gostosa. Falando
sério, tua mãe é uma sexy...”
Como sempre, Sam
não tem citações legais. Mas ele e Amelia tiveram uma conversa sobre ela
terminar as frases dele. O amor não é lindo?
Dica
musical da produção:
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