O maior, mais irreverente a audacioso espião do mundo finalmente chega ao Canal de Séries.

Sterling Archer é o espião que James Bond sempre quis ser e nunca teve coragem. Ele trabalha para a ISIS (International Secret Intelligence Services), uma agência de espionagem dirigida por sua mãe e tendo como parceira uma ex-namorada/caso. Em meio a atos de rebeldia, demonstrações de misoginia e um comportamento semi-infantil, Archer consegue seduzir e irritar todos que ele encontra no caminho. Suas trapalhadas só são toleradas porque, na hora “H”, quando seu lado superespião aflora, ele sempre salva o dia e resolve alguma crise que esteja ameaçando a humanidade.

Na quarta temporada desse cartoon para adultos, temos um breve e hilário crossover entre dois dos shows em que o astro é dublado pelo comediante H. Jon Benjamin (Archer e Bob’s Burgers). Quando anunciaram isso, fiquei pensando como eles justificariam inserir Archer no mundo de Bob, e como combinariam dois estilos tão diferentes de arte gráfica em desenho animado. E não é que conseguiram?


A temporada começa com Archer pacatamente fritando hambúrgueres na lanchonete de Bob. E o que é mais espantoso, Archer está casado com Linda, personagem de Bob’s Burgers, e é padrasto dos filhos de Bob. Archer não sabe que é Archer, mas reclama das horas de trabalho de maneira irreverente como o espião faria.

Linda: “Não sabia que era uma carga tão pesada.”
Archer: “Claro que é uma carga, Lin! Não me leve a mal, eu amo vocês, mas qualé, estou aqui há dois meses e parecem dois trilhões de séculos.”


De qualquer modo, tudo vai relativamente bem até que chega uma gangue de agentes da KGB. Vieram para exterminar nosso herói, Sterling Archer! De início ele não sabe como reagir, mas instintivamente, quando os russos ameaçam sua família, desperta o lado superagente de Archer e tem lugar uma das mais fantásticas cenas de luta que já vi em desenho animado, digna de filmes como a Identidade Bourne.


A família fica boquiaberta como “Bob” pôde exterminar os agentes e ainda falar russo com eles. Temendo atrair outros assassinos, “Bob” (Archer) decide refugiar-se, é claro, em um spa de luxo, deixando a bagunça para a família limpar.


Quando ficam sabendo da situação de Archer, a mãe de Archer quer dar um puxão de orelha no filho, mas Dr. Krieger alerta os agentes da ISIS que Archer está sofrendo de amnésia retrógrada dissociativa e que, qualquer choque adicional fará com que Archer permanentemente rejeite sua verdadeira identidade. Lana sugere que, simplesmente, golpeiem-lhe na cabeça com uma frigideira, mas Krieger, um homem de ciência, diz que isso não é Os Flintstones e a coisa não funciona assim e que eles precisam expor o paciente à verdade muito gradualmente, com muito cuidado.


As cenas que se seguem são hilárias. A começar por Lana tendo que fingir que é uma mocinha em perigo que busca a proteção de Archer. O que não poderia ser mais inapropriado, pois a Lana e a agente mais “badass” da ISIS. Em dado momento, Archer fica admirado com sua recém descoberta habilidade em combate pessoal e Lana sugere que ele lhe dê um soco. Pois bem, esse é o resultado...


A memória de Archer até que não parece estar tão mal, todavia. Pelo menos para bobagens. Ele reprende o garçom citando os ingredientes corretos para uma margarita, identifica o modelo de um mixer para drinques apenas pelo barulho ao telefone e gaba-se para Lana quando se lembra do nome do ator principal do seriado Shazam. Mas da lembrar-se da identidade, o que é bom, nada.


Para complicar, espiões russos o localizam no spa e Archer e Lana ficam presos em uma emboscada. Archer, na tentativa de atacar os agentes inimigos com coquetéis Molotov, tenta fazer um estilingue com o sutiã de Lana, o que se revela ótima desculpa para vê-la sem a peça de vestuário. Mas Archer fica cada vez mais confuso, e, quando começa a rejeitar a própria identidade, Lana resolve, como último recurso, aplicar a última medida possível e... golpeia-lhe na cabeça com uma frigideira. E sua memória volta, e ele acaba com os bandidos.


A ironia, aliás, foi bem interessante, pois foram por terra todas as teorias de Krieger, provando que Archer tem mais em comum com os Flintstones do que o cientista queria admitir.


E afinal, que trauma terrível havia feito Archer sofrer de amnésia? Claro, só poderia ter a ver com sua mãe, mais especificamente, com o casamento dela. O que foi suficiente para um garotão como Archer, que tem lá uma pá de conflitos maternos não resolvidos, entrasse em parafuso.


E bem no final descobrimos o responsável pelos atentados: Bionic Barry, ainda preso na Estação Espacial, mas capaz de rastrear cada passo do agente mais irreverente da ISIS. Pelo visto Barry ainda vai dar muita dor de cabeça a Archer e sua turma.

Citação interessante:

Krieger: “De acordo com minha pesquisa sobre amnésia induzida por drogas...”
Cyril: “...disse o cientista fajuto.”
Krieger: “Hmmm... Qual é o nome de seus pais mesmo?”
Cyril: “Que? Seus nomes são... Uh... Droga, Krieger, você me drogou?”
Krieger: “Não lembra? Puxa, a memória é uma coisa tão frágil!”

Enigmas de espião:

- Será que Archer algum dia resolverá seus conflitos com a mãe?
- O que mais Bionic Barry vai aprontar?
- Como você imagina que Archer resolveu a questão de seu casamento com Linda? 

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