Na volta da lésbica nerd, os Winchesters dão um passo em falso no mundo das brincadeiras medievais.

Depois de um episódio intenso e dramático como o da semana passada que culminou com o rompimento dos irmãos como seus laços externos mais significativos (eles se bastam em seu “bromance”), tivemos mais um daqueles episódios cômicos temáticos. Ou seja, os roteiristas colocam os irmãos com uma galera diferente ou numa situação inusitada e as risadas devem se seguir automaticamente. Mas nesses casos podemos ter episódios engraçados ou engraçadinhos. Na opinião desse crítico aqui que vos fala, dessa vez ficamos mais para o segundo caso.

Para começar, o título, LARP and the Real Girl. Quê? Como? Certo, eles encontram Charlie novamente, aquela expert em programação que os ajudou a combater os Leviatãs em (7x20) The Girl with the Dungeons and Dragons Tattoo (outro título infame). Mas o que ela teria de “real”, sendo que em inglês “real” nada tem a ver com realeza. Acontece que se trata de um trocadilho malfeito, uma referência a um filme obscuro chamado Lars and the Real Girl e aí, nesse caso, “real girl” faz todo o sentido. Veja o filme para entender.

A história pendeu entre piadas à custa dos nerds que praticam LARP (que, para quem não sabe, significa Live Action Role-Playing) e uma homenagem a eles. Ora, o no episódio mais de um personagem admite que pratica o LARP porque se sente miserável e insignificante na vida real (é o caso do vilão e da aliada Charlie, que, no jogo tem a dúbia honraria de ser a rainha), mas no jogo podem ser heroicos, poderosos e importantes.


Mas acontece que, na verdade, LARP é uma elaborada mistura de jogo e teatro praticada por gente criativa, e até mesmo por mulheres solteiras atraentes e casais e que não têm nada de perdedores na vida real. Pelo menos, no fim Dean se rende ao jogo e até mesmo Sam tem uma tímida (como sempre) participação. Admito que foi divertido ver Dean dando a Charlie importantes dicas de posicionamento estratégico de seu exército e liderando-o no final após dar o discurso do filme Braveheart.

Quanto à história em si, só a título de referência, tivemos que os Winchesters são mandados por Garth (que agora persegue os hunters por GPS e chega ao ponto de designá-los ao local onde são mais necessários) a um jogo de LARP, pois lá estão ocorrendo mortes sobrenaturalmente inexplicáveis.


Os irmãos tentam se passar por Agentes Federais, mas os nerds não são bobos e identificam as credenciais falsas no mesmo momento, acreditando que Sam e Dean também estão jogando, só que interpretando viajantes do tempo. E lá encontram Charlie como a rainha. Assim, Dean tem que participar do jogo de verdade.



E Sam, ao fazer uma pesquisa na Internet, conhece a mais uma quase futura Senhora Sam Winchester. Pena que ele ainda está com o coração partido, pois o mulherio não lhe dá sossego.


E, ao final do caso, descobrimos que um dos participantes usou um livro de feitiços de verdade para aprisionar uma fada e forçá-la a usar sua magia para matar os rivais que trapacearam no jogo. E como Charlie promete libertá-la, a fada Gilda fica muito agradecida e realiza as fantasias românticas da rainha nerd. O que leva a um profundo debate no mesmo nível do tradicional sobre o sexo dos anjos: serão as fadas lébicas? (Nesse caso, lá se vai minha fantasia de conhecer uma fada intimamente.) Ou Charlie deu sorte com Gilda? Ou elas estão acima dessas questõezinhas?


Apesar do episódio não ter sido lá grande coisa, pelo menos a cena final à la Bravehart foi épica e ficará marcada na galeria dos melhores momentos de Supernatural. Fico satisfeito que os escritores de Supernatural experimentem coisas novas e intercalem episódios cômicos com dramáticos e procurem colocar os Winchesters em situações cada vez mais inusitadas. Portanto, isso está longe de ser uma reclamação. Acredito que essa temporada tem muito fôlego ainda e veremos ótimos episódios a seguir.

Citações interessantes

Sam: “Como você sabe onde estamos? Já é ruim o suficiente que você nos esteja rastreando, mas fica bem pior se você diz que fomos garthados?”

Sam: “Mas o legista disse que o corpo tinha sinais claros de ter sido morto por beladona.”
Dean: “A estrela pornô?”
Sam: “O veneno.”
Dean e Charlie: “Oh!”

Narrador: “Esse episódio é dedicado aos homens, mulheres, elfos, semideuses, magos, druidas e servos que deram suas vidas lutando pela Rainha de Moons na Batalha dos Reinos. Vão bravamente para o próximo mundo, soldados caídos.”

Dica musical dos Winchesters:



China Grove, Doobie Brothers 

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