Julgando o certo e o errado, no lugar mais errado possível.

Interessante notar que Suits não perdeu tempo. Mesmo com a saída de Daniel, a série não se baqueou e prosseguiu criando um plot que juntou todos os personagens principais sem maiores dificuldades. Desta vez, mais uma vez, é Mike que se encontra no centro das atenções, exigindo que todos trabalhem a seu favor enquanto ele se acha na posição de julgar.

É pura hipocrisia. Quem Mike Ross pensa que é para ser juiz da vida alheia? Muito embora sua experiência de órfão injustiçado o coloque numa posição oposta à do jovem-imprudente Liam Colson, isso não significa que cabe à ele o papel de condenar.

Só para lembrar de uns detalhes, Mike já passou pelo emprego de traficante, forjou diversas vezes sua identidade em vestibulares, e hoje ocupa um emprego que está além de sua real formação. Criminoso ele é. Aliás, é quase um ladrão de colarinho branco. Não dá para roubar a vaga de quem estudou para entrar na universidade e de quem estudou para ser advogado e ir gritar com o advogado que apenas fez seu serviço ao querer "pagá-lo" pela morte dos pais. É contraditório.

Ao mesmo tempo, Rachel também se contradiz. Desde o começo venho dizendo que ela não faz o menor sentido. Ora ela se faz de santa, ora ela se faz de pecadora. E sempre, sempre está pronta para julgar Ross. Honestamente, ela também não pode falar nada. Enquanto ela aponta o dedo, ela está pronta para fazer o mesmo.. ou, como a própria confessou em "Blind-Sided", já fez o mesmo.

Ri muito quando ela disse ter tido um caso com homem casado -- e saiu de cena como se isso a fizesse ser um grande partido. Bom, este é um raciocínio muito errado. Até porque, como vimos (e já sabíamos), o relacionamento de Mike e Tess foi mais um exemplo do gênero e acabou tão rápido quanto começou. Com um dos lados fragilizado por causa da natureza nojenta da relação.

Agora, se vamos falar de relação, temos que falar de Louis e sua alma gêmea. Gente, o que foi isso?
Traga óleo de coco, máscara de esqui e fita adesiva. 
Na hora que Sheila'ss falou esta sentença, até arrepiei. Que estrago ela pretendia fazer com a inocência de Louis? O homem palitava o dente do gato, pelamordedeus!

Mas, como nada nunca dá certo para ele, eis que a aventura só durou enquanto o cavalheiro satisfazia as vontades da dama. Quer dizer, ele perdeu a mulher que é a versão feminina e melhorada dele por causa de ninguém menos que Mike. E, para completar, perdeu a assistente que seria sua Donna. Estas seriam suas duas grandes conquistas depois da saída de Daniel, que poderia ser considerado seu escudeiro.

Agora Louis está mais uma vez sozinho. Mais uma vez ele está vulnerável à manipulação de Harvey e aos caprichos de Jessica. Mas até quando?

Das vezes anteriores, nenhuma Sheila'ss o chamou de covarde. Das vezes anteriores, ele não perdeu nenhuma Donna 2.0. Das vezes anteriores, ele não era Sócio Sênior. Não há tanto medo mais em um homem que não tem mais nada a perder, nem muito o que temer. É bom que Jessica e Harvey se preparem para uma revanche à altura.

Para finalizar, é preciso um momento de reflexão para Harvey fazendo o papel de romântico (e bom babá). Ou melhor, tudo fica mais gostoso ainda de assistir porque Zoe Lawford é sua esposa na vida real. Quão legal deve ser galantear a própria esposa em cena?

Todavia... ela só passou em Suits para uma participação especial e já em "Blind-Sided" ela se despediu. Não vou dizer que é uma pena. Na vida real, Gabriel Macht pode até ser o par de Jacinda Barrett, mas na série a tampa da panela de Harvey é Donna. Aliás, vocês viram o diálogo cheio-de-tensão-e-insinuação-sexual-e-ciúme-e-recalque dos dois no início?

Harvey: Alguém te promoveu?
Donna: Alguém deveria. [...] A aquisição de Lopez atrasou, a fusão com Phillips terminou. Zoe Lawford ligou, o que é estranho, porque não lembro de um julgamento em que precisamos de consultoria.
Harvey: Por isso está na minha mesa.
Donna: Queria uma posição de poder quando brincasse com você.
Harvey: Vamos esclarecer uma coisa. Não sou Charlie Brown, você não é Lucy, e isso não é uma bola.
Donna: Vamos esclarecer duas coisas. Não lembro de ter feito nenhuma ligação para Zoe, mas a mensagem dizia que estava ligando de volta.
Harvey: Eu liguei. A negócios.
Donna: Que tipo de negócios? Uma fusão?
Harvey: Você tem 12 anos?
Donna: Não estou criando um bebê. Não estou criando nada.
Harvey: Zoe e eu temos a mesma idade.
Donna: Então admite. A chamou para sair. Pelas minhas costas.
Harvey: Não foi assim. Você já tinha saído.
Donna: Porque esperou que eu fosse embora.
Harvey: Como eu disse, foi pelas suas costas.
Donna: Harvey, só por curiosidade, por que demorou tanto para ligar para ela?
Harvey: Estava muito ocupado com Hardman.
Donna: Agora está muito ocupado com ela.
Harvey: Agora acabou, quero celebrar. E é com ela que quero celebrar.
Donna: Vai falar isso para ela?


OBS.: Espero que Katrina Bennett não dê certo com Donna (ou Mike, né...), porque aí Harvey vai ter que demitir a moça logo.

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