Quando você quase teve um irmão.

Só Raising Hope consegue tirar da cartola uma história de quase adoção e fazer com que o pseudo abandono de Jimmy pelos pais não tivesse traços dramáticos.

Acho que ninguém imaginava o quanto Jimmy queria um irmão, né? Fiquei até com dó, mas foi muito engraçado essa vontade exagerada do personagem, não só as cenas com o agente imobiliário, como os flashbacks quando ele era pequeno e o amigo-irmão imaginário achava que Jimmy era um gênio (só que não, né).

Mais sensacional foi Jimmy questionando os pais porque não deram a ele confiança, educação e boa autoestima e Burt respondendo que não poderiam dar essas coisas já que eles mesmos não as tinham. O melhor, porém, foi os dois colocando a culpa na falta de dinheiro por Jimmy ter crescido assim, meio lento.

Contudo, temos de concordar que Burt e Virginia podem ser um pouco acomodados às vezes (claro que em um calor infernal é mais do que normal não querer sair de casa), mas eles são bons pais, Jimmy é um lindo que se preocupa com a família e não é cheio de preconceitos, como a família do quase irmão.

É ótimo essas ‘tapas’ que a série dá nos telespectadores. Nesse episódio, por exemplo, é nítida (eu acho) a comparação entre criações em diferentes classes sociais e qual seria o resultado esperado para cada uma. E é nisso que a série traz uma inversão nos padrões estabelecidos, colocando Jimmy como o bem-sucedido, não financeiramente, mas como alguém que não se importa em sentar-se à mesa com pessoas que não sejam do mesmo círculo social e que não julga outros por virem de países diferentes.

 
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