The Following

Marionetes humanas.

Tudo o que temi sobre a continuidade da trama de Kevim Williamson pós-piloto acaba por vir água abaixo neste excelente segundo capítulo de "The Following", a qual já se consagra como uma das melhores e mais promissoras estreias do ano. Não obstante, Joe Carroll volta a mexer com nossos medos psicológicos, nos dando o senso de que grandes planos estão reservados para o fim. E, de fato, não há nada mais em que eu queira acreditar: que Williamson já tenha em mente a trilha que seguirá até o término da temporada e que a série continue, sem precedentes, na crescente que já se apresentou do piloto ao "Chapter Two".

Assim, a trama consegue gerar expectativa, fazendo os já tão brutais assassinatos vistos nos episódios iniciais soarem como o início de um jogo de escala ainda maior e doentio. Ao menos é o que vejo nas feições do sereno Carroll, o qual confiante mostra a Ryan a precisão com que suas histórias vem sendo contadas e realizadas, de modo que, até quando tropeça, o faz parecer proposital. 

Dessa forma, um dos grandes trunfos da série se apresenta: a imprevisibilidade. Isto porque os ditos súditos de Carroll não são simples marionetes controladas a fio por seu sádico mentor. São humanos que, assim como nós, são imprevisíveis e falhos. Logo, os resultados são relativos e sujeitos a erros. Portanto, me questiono até que ponto as escolhas dos assassinos poderão interferir no plano de Carroll? O que torna a série uma experiência ainda mais interessante de se acompanhar.

Ademais, "The Following" não só se preocupou em reafirmar a premissa apresentada em seu piloto como revelou uma narrativa contínua neste segundo episódio, o que a tira do estigma de procedural temido por muitos que acompanham séries do gênero. Claro, tivemos o caso da semana, mas nem de longe "Chapter Two" se resume a caçada e prisão do assassino Jordy.

Neste 1x02, também conhecemos Emma Hill, uma das seguidoras do culto de Carroll que se disfarça de empregada para sequestrar o filho de Claire Matthews. E é através dos habituais flashbacks de Williamson que acompanhamos a "evolução" de Emma, assim como os métodos que Carroll utiliza para transgredi-la de garota "inocente" com mãe desfuncional a assassina impiedosa. Além disso, ainda fomos presenteados com a eletrizante sequência em que Emma esfaqueia a mãe e depois, ao encontrar o olhar de Jacob, vê um tom de satisfação que os une.

Sobre isso, vale ressaltar que até em um thriller sangrento como "The Following", Kevim Williamson tem encontrado espaço para encaixar alguns de seus adorados triângulos amorosos, tanto com os coadjuvantes Jacob, Paul e Emma quanto os protagonistas Ryan, Joe e Claire.  O roteirista também não abre mão de seus excepcionais plot twists, sendo o maior deles até o momento a descoberta de que a agente e especialista em cultos Debra Parker faz parte dos followers de Carroll, o que é revelado quando a mesma entrega-o um livro com todas as obras de Allan Poe na prisão.

E se aqui notamos o uso de alguns dos característicos sustos de Williamson vistos na franquia Pânico, como a cena em que o assassino surpreende Ryan em meio as máscaras, também somos agraciados por sequências que se afastam por completo do gênero slash, feito o término arrebatador do episódio em que o mesmo assassino põe fogo em uma vítima em meio a uma avenida movimentada.

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