The Following

Como um fraco coração que se apoia em um marcapasso.

Sob o comando de Kevim Williamson (também responsável pela franquia "Pânico" e "The Vampire Diaries"), The Following é o mais novo thriller da FOX estrelado por Kevin Bacon com grandes pretensões mas que, por hora, soa mais auto-referencial do que diferencial.

Antes de mais nada, é necessário dizer que não sou o maior fã de séries policiais, tampouco de procedurais, todavia morro de amores pelo roteiro de Williamson, suas referências a cultura pop e, principalmente, seu dom de criar reviravoltas imprevisíveis sempre acompanhadas de sequências de suspense arrebatadoras. 

Portanto, é em tom de decepção que venho dizer que pouco disto pude encontrar em meio as cenas de violência do piloto de The Following, que se por um lado possui sangue o suficiente para levar Dexter a um orgasmo mental, por outro soa mais como uma tentativa gratuita de chocar o telespectador antes de estabelecer o conflito concreto que vemos ao término do piloto. 

A série acompanha Ryan Hardy (Bacon), agente do FBI que no passado persegue e captura Joe Carrol (James Purefoy), um serial killer responsável pelo assassinato de 14 jovens e também culpado por esfaquear Hardy no coração o deixando com uma condição que o tornou dependente de um marca-passo. Tornando-se então autor de um best-seller sobre o assassino, Hardy se vê obrigado a retornar ao trabalho quando Carrol escapa da cadeia na promessa de terminar o que começou. 

A princípio, a tarefa é simples: capturar Carrol. Logo, Hardy não teria que se preocupar com batimentos cardíacos elevados ou assassinatos inspirados pelas obras de Allan Poe (são inúmeras as referências feitas no piloto), porém, ao longo de 40 minutos, é revelado que há muito além de um sádico charmoso. Carrol propõe todo um jogo psicológico para derrotar Hardy, aonde dispõe de aliados suficientes para um temporada recheada de rastros de sangue e glóbulos oculares arrancados. 

Dessa forma, The Following acerta ao conseguir criar uma atmosfera de suspense utilizando apenas o poder da sugestão, quando deixa claro ao seu público que qualquer um pode estar associado a seu vilão, inclusive o casal gay que por anos nutre uma amizade com a Shannon de Lost, digo, Sarah Fuller (interpretada pela belíssima Maggie Grace) para no final sequestrá-la e vê-la morrer com temível facilidade. 

E como Carrol controla essas pessoas, você pergunta? Bom, a internet parece um excelente lugar para serial killers se encontrarem, trocarem DMs e postarem fotos do fígado das vítimas no instagram. Ademais, algo me diz que psicopatas são os únicos que ainda habitam as comunidades do finado orkut. Em outras palavras, fica a dica, FBI.

Por fim, o piloto de The Following nem de perto soa espetacular, mas se mostra um prato cheio para quem aprecia um bom thriller que se apoia em violência, sequências de suspense eficazes e doses esporádicas de gore para prender o público a frente da TV. Isso ou é prematuro para julgar, já que nas palavras do próprio Joe Carrol, este é apenas o começo.

PS.: Um detalhe interessante se apresenta nas sequências de ação, onde a edição acrescenta sons que equivalem aos batimentos cardíacos de Hardy e que aceleram conforme o nível de tensão aumenta.

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