"American Horror Story" foi um dos thrillers mais aguardados da Fall Season 2011. Estreou irregular, porém veio como um surto de criatividade que poucas vezes podemos ver na TV e fez uma primeira temporada que em um plano geral acabou por ser invejável. Agora, AHS recebe um subtítulo, Asylum, o qual nos introduz a uma série completamente renovada, cheia de potencial, mas que apresenta uma season premiere tão caótica quanto insana.
Sinceramente, não sei bem o que pensar desta premiere. Me encontro mais confuso do que vítima de ET de Varginha com este retorno e pelo visto não sou o único. Foram tantas informações, vilões, criaturas, plots e personagens jogados na tela de maneira aleatória que a reação que tive foi ficar estático diante da tela, acompanhando bizarrice após bizarrice que Ryan Murphy acrescentava ao roteiro.
O teaser que abre a temporada é até empolgante, promissor e consegue logo de cara criar uma atmosfera de suspense bacana. Mais do que isso, ele serve para nos dar o primeiro vislumbre do asilo, apesar de que por uma perspectiva atual. Logo, a impressão inicial é boa (ou ruim, dependendo do seu ponto de vista) e nos apresenta, já de cara, ao primeiro grande susto da temporada: Adam Lavine perdendo o braço enquanto ganhava um blowjob daqueles. (agora ele não pode mais dizer que tem os movimentos do Jagger).
Fim do teaser, é hora da nova abertura nos traumatizar um pouco. Mais um trabalho de imagens disformes e barulhos cheios de estalos que particularmente já vejo como parte da identidade da série. Entretanto, o que vem a seguir não é o que esperamos de American Horror Story. É muito mais. É exagerado. E por isto, talvez, essa season premiere soe como um erro gigantesco.
A partir de então tudo despenca. O clima de suspense é tomado pela simples insanidade de cada nova situação e personagem a que nos é apresentado. Freiras ousadas, pacientes estranhos, ninfomaníacos, assassinos e jurados de The Voice. Nenhum deles soa verossímil.
Sei que muitos dirão que esta é uma série de ficção, regada a elementos sobrenaturais e, por isso, não pode ser interpretada por uma perspectiva de realidade. Entretanto, vimos tudo isto na primeira temporada, ninfomaníacos, assassinos e pacientes estranhos, porém de maneira palpável. O medo era palpável.
Portanto, fica difícil de justificar ou respeitar uma premiere que trabalha à base de milhões de elementos já vistos em outras obras e que são reunidas para satisfazer a insana mente de Ryan Murphy. Compreendo que AHS sempre foi um grande samba do crioulo doido, porém conseguia divertir e era mais coerente que isto.
De volta à segunda temporada, Jessica Lange interpreta Sister Jude, a típica crente do c* quente que tenta seduzir padres como Joseph Fiennes (Flash foward), que mesmo tendo um apagão no dia 6 de outubro e visto seu futuro, não conseguiu impedir de acabar em um convento cheio de freiras que adoram tomar chicote na bunda.
Lana Winter (Sarah Paulson), que supostamente deveria ser o elo de ligação entre público e personagem e que figura uma jornalista lésbica investigadora dos mistérios relacionados ao hospício, é sequestrada já na premiere e posta diante dos métodos de tortura de Jude que ameaça revelar o segredo de sua namorada caso a mesma a denuncie.
Já Kit Walker, vulgo Bloody Face, é o detentor do maior nível de bizarrices. Eu até poderia aceitar o fato dele ser um serial killer que usa uma máscara feita da pele de suas vítimas se não fosse o preceito de que ele foi abduzido por alienígenas, os quais implantaram uma aranha mecânica no seu pescoço e fizeram até exame de prostata.
Também temos o Dr. Arthur Arden (James Cromwell) que, basicamente, é uma repetição do personagem da primeira temporada que realizava experimentos de reanimação em paciente mortos com órgãos de animais.
Também temos o Dr. Arthur Arden (James Cromwell) que, basicamente, é uma repetição do personagem da primeira temporada que realizava experimentos de reanimação em paciente mortos com órgãos de animais.
Em suma, American Horror Story concretizou uma premiere semelhante ao piloto, carregada de irregularidades. Pretendo acompanhar cada momento da temporada na esperança de esta que repita a dose de entretenimento que vimos na primeira. Mas, por enquanto, Asylum não passa de bons sustos e personagens distintamente malucos.
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