Sei que essa é provavelmente a décima vez, e também garanto que não será a última, que venho dizer o quanto The Vampire Diaries é subestimada. Muitos dramas hoje figuram a TV aberta, porém, ainda assim se consegue contar em poucas adagas aqueles que conseguem entregar o nível e escala dramática que TVD entrega hoje e faz com maestria.
Dito isso, afirmo com absoluta certeza que este foi um dos melhores episódios de toda série. Equivalente a um soco original no estômago aplicado com a firmeza de um carvalho branco. Não recebemos apenas aquela carga de reviravoltas eletrizantes e ritmo frenético que estamos acostumados e adoramos, recebemos muito mais. Ganhamos drama e não há quem possa dizer que não tenha sido de qualidade.
Este 4x02 realiza quase que uma rima de roteiro com o episódio 2x02. Caso não se recordem, era Caroline que havia de se adaptar com as novas mudanças: cheiro, visão, emoção, toque. Tudo era novo e intensificado. Agora, quem diria que nesta 4ª temporada teríamos Elena atravessando todas essas etapas? Lutando para manter o resquício de humanidade que a resta e tendo de escolher entre beber sangue humano ou sangue de bambi? A propósito, quase como ter de escolher entre beber uma coca-cola ou um hidratante Monange.
E Stefan? este sempre foi púdigo. Até demais para nosso gosto. E por isso tomou mais uma decisão estúpida em um ciclo de 3 episódios: fazer Elena beber Monange. E se da última vez que ele fez a escolha por ela, a mesma acabou morta, dessa vez, a santa sangrava tanto pela boca que eu via a hora dela pedir ao Damon um o.b.
Porque afinal é Damon quem a ajuda a se alimentar, quem a salva de caçadores de vampiros e quem a conhece melhor do que imagina. Aposto que muitos irão concordar quando digo que a cena dele oferecendo seu sangue para Elena mostrou mais química do que qualquer pegação original com Stefan no início do episódio. Embora eu aprecie muito ver Elena versão "na floresta eu sou quente e na igreja eu sou crente".
Não é atoa que Connor Jordan veio fazer uma limpa na cidade com suas luvas de cenoure bronze e balas de madeira com marcas mais antigas que a avó da Bonnie e o carvalho branco juntos. Quanto a sequência dentro da igreja, dispensa elogios. Tudo foi construído nos mínimos detalhes para nos deixar apreensivos: a fome de Elena, a arma de Connor e, principalmente, a menstruação de April pingando da sacada. A dinâmica da cena também é maravilhosa, ainda mais pela ideia de que o atirador poderia identificar o vampiro que ousasse virar para conferir a água benta.
Conforme já foi dito, este episódio soube como dosar ação e carga dramática. Aliás, é comum em séries de temática sobrenatural metade do elenco morrer ou virar alguma espécie de criatura, seja ela vampiro, lobisomem, hibrissexual ou emo que identifica tatuagens fantasmas. No caso de TVD, demos adeus (por ordem de relevância) à Alaric, Tia Jenna, a avulsa da Ana, Vick Maconheira e até Bruxa Avó. Para todos eles, acendemos nossas lanternas japonesas, atravessemos o luto e torçamos para que na próxima lista de óbito venha o nome do Jeremy. Amém.
Notas do diário:
- Só eu fiquei preocupado com um possível incêndio por causa dos balões? #SoltarBalãoEmMysticFallsÉCrime
- Adoro como o roteiro faz questão de manter um ou outro humano no elenco só pra servir de comida. Vide Mattédio sendo chupado na hora do pai-nosso.
- Cena de Caroline e Tyler fazendo sexo com luto? Até tia Jenna se revirou no caixão.
- E Elena aprendendo a compelir pessoas? Me compele agora.
- Na igreja, como é que ninguém viu o Connor lá encima? O coral inteiro é cego? E os coroinhas? Tem que ter boa visão pra ler a bíblia.
- Me poupe dos pitis do Stefan reclamando porque Damon deu à Elena o que chupar. Se eu fosse o Connor atirava nele.
- Brincadeiras à parte, a cena final com Alarick foi realmente belíssima. I miss you too, buddy.