Regra nº 1: Seja completamente honesto.

Dexter, como previsto, fez nesta semana o segundo acerto da temporada, comprovando que a mudança tardia (mas corajosa) do roteiro de revelar a identidade do personagem era exatamente o que ela estava precisando para dar uma guinada na trama e voltar a empolgar.

Grande prova disto é a espectativa do telespectador em relação à esta temporada. No meu caso, fazia algum tempo que não ficava contando os dias até o próximo episódio, como fiquei da season premiere para cá. O melhor de tudo isso é ver que essas expectativas tem sido saceadas e este 7x02 deixa bem claro que ainda temos muito o que esperar. 

Isso porque aquele senso de perigo que iniciou a temporada continua a ser formentado de maneira fugaz. Deb se tornou imprevisível. Não sabemos quando irá vomitar, quando irá xingar, o que irá decidir, ou até que ponto ela irá para proteger o irmão.

Uma das melhores coisas que os roteiristas tem feito nesta temporada é explorar essa relação. E ao contrário do que eu previa, tudo o que tem sido mostrado até então soa bastante verossímil. Cada uma das reações de Deb ao conhecer um novo lado de Dexter que antes era obscuro, é palpável. Isso é um mérito não apenas da atriz, mas também do roteiro que tem trabalhado a personagem de maneira primorosa nestes dois últimos episódios, fazendo cada passo de Deb ser condizente ao que vimos da personagem nos últimos 6 anos de série.

Outro ponto interessante é o conflito no qual Dexter colocou-se diante a proposta da irmã. Há muito tempo havíamos nos convencido de que não há formas de por um fim as caçadas, rituais e assassinatos do Dark Passanger. Mas e se for possível? Seria este um vício a ser curado ou uma cicatriz incorrigível de um momento que marcou Dexter para o resto da sua vida?

O auge do episódio já são as descrições feitas pelo próprio Dexter dos seus impulsos. A visão do sangue, a pressão em sua cabeça, a dilatação e o relaxamento pós-morte, todos soam como sentimentos um tanto reais ao telespectador.

Além disso, a interação de Deb e Dexter tem rendido momentos de puro alívio cômico. Vide o momento em que ele conta a irmã que chama seu lado serial killer de dark passanger (nunca notamos o quão ridículo o nome soa quando dito em voz alta), assim como quando ela o chama de freak ou fucked-up. Tudo pode ter mudado, mas ela continua a mesma Deb de sempre.

Quanto à LaGuerta, sua trama permanece estagnada. Seu único grande feito neste episódio foi comprovar o que já era óbvio: a lâmina encontrada na igreja de fato pertencia ao Bay Harbor Butcher e, portanto, sargento motherfucker  Doakes seria inocente. Será interessante ver até que ponto essa investigação chegará.

Tão interessante quanto o contraponto do episódio, que é o discurso final do assassino na beira da estrada. Após dar a entender que é possível por um fim aos desejos de assassino, ele realiza seu último impulso jogando-se contra um caminhão na rodovia. A cena é chocante e o fim perfeito para um episódio que discorreu quase que sem falhas. 

E como não poderia deixar de ser, o que resta no final são inúmeras perguntas. Até quando Dexter conseguirá manter-se assim, saboreando bifes e espaguetes, quando de fato a única coisa que o ajuda a controlar o caos é o sangue? Até quando conseguirá aguentar o chato do Louis? Até quando conseguirá manter o dark passanger adormecido? Até quando?

Sigam a primeira regra do código da Debra e me digam, o que acharam deste 7x02? 

PS.: Convenhamos, a trama do clube de stripper soa mais "visualmente divertida" do que necessária.

PS.2: Só eu lembrei de The Walking Dead com a cena do assassinato com chave de fenda?

 
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