Minutos antes de ter a oportunidade de assistir a esta Season Finale, eu me encontrava no twitter lendo elogios do tipo: “melhor final de temporada”, “assistam Breaking Bad”, “a melhor série da atualidade”. Após elogios nada levianos e expectativas absurdas, só tenho a dizer que “Face Off” foi o cerne de todo um planejamento que percorreu estes 12 episódios e que culminou em algo espetacular. Simplesmente, sem palavras.
A 4ª temporada é uma obra-prima da autoria de Vince Gilligan. Magnificamente arrebatadora. Do início ao fim, posso dizer que não houve baixas consideráveis, além do fato de ser acrescida de inúmeros momentos de tensão e suspense ao rubro.
Era necessário um planejamento gigantesco e execução imediata. Walter cumpriu isso perfeitamente. Essencialmente, decidiu de antemão a sua vitória e, “venceu”. Rompeu os limites do seu caráter (se é que ainda havia algum) e deixou que a sorte decidisse o futuro. Morrer, morrer, matar. Essas foram as escolhas dadas pelo revólver que Walter gira em “End Times” e que aponta finalmente para a flor lily of the valley, o gancho que pavimentou um plano digno de um roteiro espetacular.
Os sinais de que havia sido Walter a envenenar o garoto estavam presentes o tempo inteiro. Tive que rever “End Times” para compreender todo o brilhantismo do episódio. Que de fato define a descrição do que é um episódio preparatório. Nele, Walter está desaparecido na maior parte do tempo, outrora deixa a arma fácil demais para Jesse e o manipula a ponto de fazê-lo acreditar que foi Gus que envenenou o garoto. Quanto ao diálogo entre Gus e Jesse no hospital, a surpresa de Gus ao saber que o menino havia sido envenenado está clara: ele compreendeu que havia sido Walter e percebeu isso a tempo de tomar medidas preventivas. Por isso, Gus não foi até o carro.
Em “Face Off” volto aqui com um pensamento redundante: fomos presenteados com um episódio magnífico. Novamente, o título faz jus a melhor cena do episódio: a morte de Gus. Fazia tempos que um vilão não me causava o que Gus causa no meu sistema circulatório, já havia dito isso em algumas reviews e retorno para dizer que Giancarlo Espositto fará falta na 5ª temporada.
A cena da explosão não saíra da minha cabeça pelos próximos 10 anos. No mínimo. Sou incapaz de questionar o senso de realismo da cena, pois Gus ter se recomposto da maneira como fez, ter caminhado até o corredor e só depois ter caído, não compromete a genialidade da sequência. Principalmente porque o contexto em que foi colocada descarta a possibilidade de que Gus tenha sido o verdadeiro vilão dessa série, afinal, o slogan divulgado meses atrás para promover a 4ª temporada é completamente plausível agora: Walter não está em perigo, ele é o perigo.
No saldo final, podemos antever que a 5ª temporada de “Breaking Bad” promete focar nas conseqüências das escolhas de Walter que desde os primórdios da série optou por colocar vida dos outros à frente do risco, que a sua própria. A partir do momento em que este contata a vizinha à fazer o favor de entrar na sua casa, arriscando a vida da mulher, estava claro que ali encontrava-se o ser humano que foi capaz de arriscar a vida de uma criança em decorrência dos riscos em paralelo. Como ficará a relação de Walter com Jesse de agora em diante? E Hank que certamente não desistirá dos rumores sobre Heisenberg? Skyler?
Um enorme tabuleiro de xadrez. Fazendo um comparativo das semelhanças e complexidades do jogo, só assim encontro algo a fazer alusão a esta 4ª temporada de 13 episódios irretocáveis. Parabéns a Vince Gilligan, elenco e produtores. Uma obra-prima que não se vê todo dia.
Que venha à quinta e última temporada de “Breaking Bad”.
Even badder:
- Tive a sensação de que desde a Season Premiere da 2ª temporada, quando Tio Salamanca entrou na série, ele estava destinado a matar Gus e honrar a morte dos seus ‘hermanos’. Rest in peace.
- Prevejo um retorno de Mike na 5ª temporada, talvez, como o grande vilão.
- Vencer é prever a falha. Quem melhor que Walter para comprovar isto?
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