Melhor episódio da temporada? Arrisco a dizer que sim. Gostei muito da forma como o roteiro nos enganou, levando-nos a achar que o caso da semana seria centrado no acidente aéreo, enquanto na verdade ele foi apenas o estopim de algo bem mais interessante, trazendo de volta o personagem do Dylan Baker, um dos melhores coadjuvantes que apareceram lá na primeira temporada.
Foi ótimo saber que Baker, mesmo após a quarta temporada de Damages, não perdeu a mão na hora de compor Colin Sweeney. A forma como ele olha Alicia e se delicia com a relação entre os dois, sempre se satisfazendo do incômodo que causa, manteve-se intacta aqui. Além da personalidade já conhecida, cheia de esperteza e oportunismo, pudemos ver também Sweeney em uma situação de medo, mas nada que o fizesse desistir de seu desejo de liberdade. Cheguei a temer pela sua segurança, a de um assassino frio, o que prova novamente a capacidade de The Good Wife em construir personagens e transmitir sentimentos.
A presença de Celeste é algo que se torna melhor a cada semana. Dessa vez, a advogada mandou duas pérolas quase em seguida, quando chamou Alicia pra sair e trocar "whore stories" e depois comparou a conversa entre a colega e Colin com Clarice Starling e Hannibal Lecter. Além, é claro, do momento em que "confessa" ter um caso com Alicia, algo um tanto constrangedor mesmo não sendo verdade. No entanto, em sua night com a rival, apesar de ter sido um momento mais revelador, Lisa Edelstein surgiu um pouco forçada, dando a essa cena um ar meio cafona.
É curioso perceber como o roteiro também nos enganou ao vilanizar David Lee por um momento, colocando Alicia numa situação embaraçosa e injusta, para no final nos fazer perceber, junto com ela, que essa posição é apenas relativa e que a Caitlin de hoje pode ser a Alicia de amanhã. Nesse jogo corporativo e cheio de sentimentos (principalmente quando se tem Will no meio), quem não sabe jogar, dança.