“Mesmo na pior escuridão, podemos encontrar a luz.”

Incrível como uma vida pode mudar tantas outras, como uma noite pode transformar o curso de uma vida e como a realidade de Fringe mudou. Casos semanais entre o lado A e B ainda parecem insuficientes para o agrado do público que anseia por respostas, mas devo dizer que o início morno da temporada é passageiro e são nas referências, pistas e detalhes que Fringe continua sendo brilhante.

Genuinamente, o episódio traz não somente uma, mas duas semelhanças a casos das temporadas anteriores. No episódio “Dream Logic” o Dr. Nayak entrava na mente dos pacientes criando pesadelos, em “Grey Matters” Newton tentava acessar as memórias de Walter para encontrar informações de como atravessar para o outro lado. Já em “One Night In October” John McClennan invade as lembranças de suas vítimas na tentativa de roubar momentos felizes.


Este caso não só cumpriu seu papel como trama episódica, mas como subjetivamente nos remete as semelhanças entre Olivia e John MacClennan. Ambos tiveram suas vidas mudadas após uma fuga, sendo que Olivia encontrou Peter no campo de tulipas e John encontrou Marjorie. Agora, nenhum deles consegue se lembrar da pessoa que ama e que mudou suas vidas, compartilhando do vazio irreparável.
“Sempre achei que as pessoas deixassem uma marca indelével nas nossas almas. Algo que nunca pode ser apagado.” – Broyles.
O episódio não só superou a Season Premiere relacionando elementos da trama do episódio com a trama da temporada, mas trazendo altas doses de ação e até mesmo humor.

“Você já parou para pensar que o seu tipo nunca existiu.” Astrid enfoca perfeitamente a incógnita que é vida amorosa de Olivia em uma piada (mais infame impossível) que nem um pouco parece banal, por que Fringe sabe como dosar sua trama sci-fi com momentos cômicos. Melhor ainda é ver Walter confundindo o nome do agente Lee com Kennedy fazendo alusão ao nome de presidente que o rapaz compartilha com Abraham Lincolm. Presidente errado, Walter.


Apesar do foco no caso sobre o ‘congelador de cérebros’, fiquei mais interessado nos elementos principais da trama sobre o desaparecimento de Peter. Temo por Walter e suas ilusões com o homem do espelho. Todos sabemos que este é Peter, mas isso pode provocar sua volta ao Saint Claires. O que não queremos. A inexistência de Peter parece ainda mais marcante na vida de Olivia, visto a revelação de que esta matou seu padrasto, provavelmente por não ter conhecido Peter no campo de tulipas em “Subject 13”.

No lado B, as mudanças parecem ainda mais acentuadas: Charlie casou com Bug Girl, Broyles não morreu conforme o episódio “Entrada” e Bolivia ainda namora Frank, o que encerra qualquer dúvida de que tenha um filho com 'aquele que nunca existiu'. Não relacionado com o sumiço de Peter, mas ainda uma diferença em relação ao lado de cá, vale ressaltar que Bolivia nunca apanhou do seu padrasto e talvez nunca tenha tido um. Portanto, o comportamento distinto com que as duas se portam parece ter sido determinado por isso. Pobre Olivia.


Outro fator determinante para o sentido da nova realidade é que ambos os lados acreditam que a Máquina criou a ponte entre os mundos, estando não cientes do papel de Peter nisto. Faz todo sentido. Ainda assim, Peter continua a vazar através do tempo e precisa de ajuda. O que esperar dos próximos episódios?

Easter Eggs:

O observador pode ter sido facilmente encontrado para aqueles que foram em busca da luz. Ele encontra-se na janela, atrás de Olivia durante o diálogo com Broyles no hospital e pode ser visto de três ângulos:


Interessante notar a presença dos glyphs no episódio desta semana. Seguindo o exemplo do episódio anterior que trouxe ‘a folha’ e ‘a borboleta’, neste vemos ‘a maçã’ partida ao meio encontrada por Marjorie e que símboliza os dois universos, metades iguais, mas restritamente diferentes. Temos também margaridas no flashback. Agora, se há algum significado parece a presença constante de tais glyphs, nós não sabemos, mas eles cumprem sua função principal: nos deixar loucos de curiosidade. Confira:



Sobre as cores, curioso notar que a transição do lado de cá para o lado de lá apresentou-se em um tom mais esverdeado que azul. Há também constantes elementos verdes em diversas cenas que nos remetem a um possível novo universo. Confira:


Conforme esperado, a dica dada no episódio anterior se cumpriu já na cena de abertura do 4x02. Aquela do grafite “Brain Freezer” (Congelador de cérebros) visto ao fundo de Olivia e Lincolm, estava claramente associado ao assassino deste episódio. Confira:


Outro Easter Egg que vem sendo discutido desde as imagens promocionais da temporada, é o domo. Ele foi visto neste episódio junto aos livros de John MacClennan, que a propósito possuem títulos interessantes. Confira:


O Glyphs Code da semana traz a palavra “LIMBUS”. Do Latin para o Português: 'Limbo', sendo a palavra motivo de muitas discussões por fóruns a fora. A explicação mais plausível estaria no significado (dentre vários) que diz: “borda ou limite, referindo-se a "borda" do Inferno, o purgatório”. Estaria Peter preso no Limbo? Ademais, a palavra ‘borda’ nos remete a Ciência de Borda, nossa conhecida, Fringe Science. Confira:


Até semana que vem!

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