Quanto maior a altura, maior o tombo.

Um segundo episódio é crucial para quem está em fase de ‘experimentar’ tal série. Talvez, até mesmo mais importantes que o primeiro, pois pilotos enganam, já os segundos nos dão o panorama de uma temporada e “Terra Nova” aparentou ser um entretenimento filler com um episódio que se classifica dessa forma, mas ainda simples demais.

O contraste é palpável. Com menos efeitos e menos dinossauros que “Genesis Parte 1 e 2”, o episódio “Instinct” foi inferior em todos os níveis. Porém, o roteiro continua o mesmo, com um texto simples de diálogos pueris. Por fim, conclui que vejo “Terra Nova” como um episódio de desenho animado, por que a trama tem essa aparência mesmo sendo encorpada com os cenários e efeitos especiais que não fazem jus ao dinheiro gasto.

Spielberg prometeu uma série - não de reviravoltas, twists e elementos sci-fi - mas uma série focada nos dramas humanos/familiares dos seus personagens. Portanto, o típico discurso de que esta é uma série sobre pessoas padece sobre “Terra Nova” e seus fãs que já a defendem com unhas e garras de Maucons. O problema não é tal foco, pois é na emoção que somos aprisionados a trama de uma série, foi assim com Fringe e com tantas outras série e por que não com Terra Nova? O problema é que é preciso que haja um amadurecimento por parte das questões políticas e dos personagens na trama. Tudo parece muito superficial e pouco intrigante. Tomo como base “Battlestar Galactica”, um sci-fi pouco relacionado, mas que serve de exemplo as colegas do gênero que não sabem dosar uma trama de mistérios e roteiro ágil com dramas pessoais.


Outro problema que o episódio dessa semana carrega é a previsibilidade. Aos 5 minutos de episódio, estava claro que a missão de “Instinct” era trazer um ataque de dinossauros, o senso de perigo ingênuo e encerrar tudo aquilo com a família Shannon se afagando. Para piorar, a série carece de cliffhangers ou reviravoltas. Pare e pense, houve em algum momento algo que o fizesse, espectador, pensar ‘eu não havia pensado nisso’ ou ‘nossa, não esperava por essa’?

Nada parece mudar em “Terra Nova”, tudo é estável em um lugar onde instabilidade é seu sobrenome e que poderia ser incrivelmente explorado em seus cenários se trouxesse boas dinâmicas e cenas de ação mais caprichadas. Sendo que tudo é tão mal aproveitado que nos faz desacreditar que a série tenha algum potencial.

Tudo bem, “Instinct” não foi de todo mal. A interação da família Shannon é divertida e teve seus bons momentos com os dinossauros. Na história, somos apresentados a uma nova espécie de dinossauro que supostamente nasceu no local onde fora construída a vila Terra Nova. Engraçado como os Maucons recebem o nome de um ex-namorado da Dira Paes Elisabeth, sendo os dinos os responsáveis por impedir a produção do 4º filho e Maucon servindo de barreira para o casal.

Os humanos podem finalmente desfazer o primeiro impacto causado na vida animal do período Cretáceo, enviando os animais a outro lugar onde poderiam perpetuar a espécie com o uso do feromônio. A resolução planejada e previsível, sequer veio com um cliffhanger, sendo o episódio fechado mais uma vez focado na ‘relação interpessoal’ dos seus personagens. Resta saber se de fillers continuará “Terra Nova” que promete seguir o caminho de “Falling Skies” ou se a série construirá seu cerne portando de um roteiro de qualidade daqui para frente. Com base neste episódio, prevejo o primeiro resultado.

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