Era uma vez... um monstro chamado Dexter.

O pós premiere, ou segundo episódio, geralmente tem papel importante para o decorrer da temporada. Ele estabelece o ritmo dos seguintes episódios, principalmente em Dexter que opta por isolar as tramas a cada ano. Em “Once Upon a Time...” somos introduzidos a um conto, de um pai que queria proteger seu filho a qualquer custo de se tornar o que este é, com o ‘exceto’ de que as histórias de monstros são reais. Além de meticulosamente instigantes.

Harrison pronunciando palavras como “Daddy’s Box” e “Monster history” vai além de bochechas mordíveis e sorrisos inocentes, ali se constrói talvez os maiores questionamento, ou o empecilho que Dexter terá de derrocar daqui para frente. O desenvolvimento do personagem tem sido bastante promissor na série e acompanhar esta relação entre pai (killer) e filho (killer?) tem rendido ótimos momentos.

A trama religiosa tem cada vez mais se aprofundado. De maneira crível, sem forçar conceitos ou descrições avulsas. Neste episódio Dexter conhece Brother Sam, que diz ter se convertido após cometer diversos assassinatos e sair impune. Para a surpresa generalizada, ele realmente aparenta ter mudado ou, somente Dexter o pegou no momento errado/certo, durante uma de suas caridades(?) Afinal, nosso serial killer também serve de quebra-galho diversas vezes, por que não Brother Sam?

Uma boa ação não é capaz de fazer de Dexter um crédulo, muito menos a mim que desde as imagens promocionais e vídeos divulgados da 6ª temporada, presumi que Brother Sam seria um vilão de peso para a temporada. E será, porém não revelando o seu ‘passageiro sombrio’ por ora, acredito eu. No entanto, é o professor Gellar que pavimenta os rumos da ‘vilanisse’, com seus planos baseados em fé e na crença de que o apocalipse está próximo. Diante disto, a relação paterna de Gellar com Travis chega a ser amedrontadora, como na cena em que queima seu braço somente para tornar palpável ao filho sua dor interna. Em muitas religiões é comum ainda realizar rituais de sacrifício. Logo fica claro que estamos lidando com assassinos insanos. E a primeira vista, a sensação que tenho é de que a temporada tem apresentado mais do que esperava. Aparentemente promissora a estar entre as melhores.

Das maiores certezas que tenho na minha vida como seriador, é o fato de que quando um personagem é presenteado com alguma responsabilidade que apresenta riscos, estes vem a comumente acontecer. Principalmente em “Dexter” onde os personagens são meros castelos de cartas. Com Debra é quase impossível não prever a desgraça chegando (como diria ela) agora que foi promovida a tenente da Miami Metro. Torço, como todo simples espectador, para que isso não ocorra, mas ao deixar a emoção reter sua razão, Deb não funciona no cargo. Porém, aí se encontra algo que deverá render ótimos momentos, já pensou nas broncas da chefa para o Masuka?


No entanto, a promoção de Debra à tenente me parece uma tentativa óbvia de criar expectativas quanto a possibilidade desta descobrir a verdadeira identidade do irmão, “liderando o departamento que poderá caçar Dexter um dia”, como disse o próprio. O que torna as caçadas e o senso de perigo ainda mais estonteante.

Aliás, incrível como a série trabalha com metáforas, apresentando a rotina de pai tão perfeccionista quanto a de serial killer que envolve plásticos, lâminas e ferramentas. Brincar com a son’s Box, tomar banho, histórias de monstro e dormir. Harrison tem o seu próprio ritual, sendo o perfil deste personagem construído gradualmente de maneira perfeitamente singular.

Mais um episódio que beira a excelência, não acham? Comentem!

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