Ainda que a 1ª temporada tenha sido razoável, ela estará 'milhas atrás' desta estréia.
Na promessa de dar continuidade de forma incisiva à verdadeira trama dos HQ’s, de mais zumbis e dramas convincentes, “The Walking Dead” estreou no último domingo provando ser o melhor trhiller atualmente no ar. Impressionante como, em meio a uma produção impecável, a série termina por produzir os 25 minutos mais tensos do ano e em seguida encerrá-los com arcos arrastados.
Os efeitos, especialmente a maquiagem, estavam visualmente irretocáveis. Resultado do trabalho árduo de Greg Nicotero – designer de zumbis – que também realizou uma das cenas mais repugnantes da história da TV: a autópsia zumbi. Com tripas atrás de tripas, a produção não poupou o estômago dos telespectadores na tentativa de chocar, mas ainda apresenta falhas ao destacar os conflitos pessoais de seus personagens.
Não posso negar, a marcha de zumbis em auto-estrada me deixou com os nervos à flor da pele, principalmente sob o contexto em que a cena foi inserida trazendo um senso de solidão e abandono, àqueles sobreviventes fragilizados, impressionante. Porém, a série ainda não consegue explorar todo o seu potencial quando deixa os zumbis em segundo plano, nos apresentando personagens ainda esvaziados e de pouco carisma.
Dentre os integrantes do grupo de sobreviventes, Andrea é a que vem apresentando o melhor arco da temporada. A luta pela sobrevivência no trailer foi angustiante e, trouxe uma morte-zumbi asquerosa em todos os níveis. Sem sombra de dúvidas, a melhor da série até o exato momento. Mas isso não seria possível sem a excelente atuação de Laurie Holden que tem levado o elenco nas costas em diversos momentos.
Do resto, a crise de consciência de Shane, as preces de Rick e as brigas paternais de Dale e Andrea ainda apresentam-se dramas superficiais. Deste ponto a série volta a incomodar os aficionados pelos quadrinhos que deram origem à produção, afastando-se do material original.
As crianças foram responsáveis pelos 2 principais ganchos que perdurarão por, no mínimo, uma semana: onde está Sophia? E de onde veio o tiro que atingiu Carl? A primeira em uma fuga desesperada de dois zumbis acaba se perdendo, sendo a situação ainda agravada pela possível morte do filho de Rick. Desse modo, a impressão que fica desta season premiere de “The Walking Dead” é a de um suspense rubro, dosado na maneira certa.
A temporada tem grande potencial à frente. Afinal, o material dos HQ’s está aí para ser externado pela produção da série e se tratando disto “Miles Behind Us” cumpriu e elevou nossas expectativas para o futuro. Se o gráfico da 1ª temporada repetir-se, teremos uma queda significativa à frente, ao contrário daquilo que eu espero de “The Walking Dead” neste ano: uma série indubitavelmente promissora.
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