Já tava na hora.

Há muito tempo “Glee” não consegue extrair emoção dos telespectadores, mas o roteiro aprimorado – em relação a catastrófica 2ª temporada – conseguiu trazer um novo tom ao episódio “Asian F”. Os personagens não poderiam ter sido melhor explorados, contando com o fato de que o foco do episódio esteve no melhor dançarino do New Directions e na sua melhor cantora também.

É claro que estou falando de Mike e Mercedes. Personagens que compartilham de sonhos e que sempre encontraram empecilhos para realizá-los. Sim, o episódio teve como base puro drama, visto que personagens como Sue e Becky mal deram as caras. Dito isso, acredito que não fizeram uma falta marcante, até porque gostei da proposta de “Asian F”.

Pais querem que seus filhos sejam perfeitos e quando não seguem os rumos esperados em suas carreiras, os decepcionam. “Glee” veio esta semana para trazer mais uma lição do guia para loosers de Ryan Murphy. Ensinando a acreditar nos seus sonhos e sempre seguir em frente, o episódio pareceu ser baseado em um livro de auto-ajuda para crianças japonesas, afinal, o índice de homicídios no Japão é absurdo. Piada com estereótipo a parte, o episódio teve um saldo positivo no roteiro.

Mike tira um ‘A –‘, ou um F asiático, como queira chamar. Por isso, o garoto é pressionado a largar o sonho de ganhar a ‘dança dos famosos’ para conquistar uma carreira ‘séria’. Logo gostei da maneira como o personagem foi enfocado, pois, até então, Harry Shum Jr parecia ter sido trago ao elenco para coreografar, mostrar o tanquinho e servir de vítima das piadas racistas da Sue. Mas não, ele sabe atuar (pelo menos uma expressão sabe fazer) e surpreendentemente não ficou tão mal no playback. O que nossa querida Nick (produtora musical) não faz, hein?

Já Mercedes toma as decisões certas (talvez) ao impor-se perante a dominância bucal e nasal de Rachel Berry. Amber Riley canta muito e nada mais justo colocar Mercedes no pedestal que merece. Seu solo para o papel de Maria foi infinitamente superior ao de Lea Michelle, mas parece que Mercedes sempre esteve em segundo plano quando não tinha que dividir o palco com Rachel, como ocorreu neste episódio.


Kurt, por outro lado, optou por deixar Blaine-chiquititas seguir no seu papel de Tony. Uma boa atitude. Mas de melhores intenções está nossa Hilary Clinton que pergunta: Who run the world? E nós respondemos: Brittanny. E o que falar de Cory Monteith? Ele já não é bom ator, muito menos cantor. Mas finalmente pudemos encontrar sua verdadeira arte: a de fazer caretas.

Enquanto isso, a situação de Emma e Will piora. Como se não bastasse o problema do TOC, os pais de Emma também aparecem para empregarem suas crenças de que ruivos são seres puros. No caso, Will e seu cabelo engordurado não são. Brincadeiras a parte, me agradou a maneira como o assunto vem deixando de ser um simples alívio cômico para ser levado a sério, como a doença é.

As músicas foram de longe melhores do que as dos 3 outros episódios juntos. Apesar de odiar o primeiro tom usado por Matthew Morrison da versão de “Fix You”, fazia tempo que eu queria ouvir uma música de Coldplay (sou fã!) na série e acabei por gostar no saldo final. “Run The World” dispensa comentários. Quem votará em Brittany para presidente do McKinley? Todos.

Músicas do episódio:

"Spotlight" (Jennifer Hudson) - Mercedes (Amber Riley)
"Run the World (Girls)" (Beyoncé) - Brittany (Heather Morris) e Santana (Naya Rivera)
"Cool" (West Side Story) - Mike (Harry Shum Jr.)
"It's All Over" (Dreamgirls) - Mercedes (Amber Riley), Kurt (Chris Colfer), Finn (Cory Monteith), Will (Matthew Morrison), Puck (Mark Salling), Santana (Naya Rivera) e Mike (Harry Shum Jr.)
"Out Here On My Own" (FAME) - Rachel (Lea Michele) e Mercedes (Amber Riley)
"Fix You" (Coldplay) - Will (Matthew Morrison), Artie (Kevin McHale) e New Directions

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