Está claro que o que falta em “Terra Nova” é mitologia. Principalmente na sua trajetória, até então, de episódios descartáveis, nada substanciais e fracos. Foram dois fillers consecutivos. Sendo a promessa de ser uma sci-fi com diversas tramas, reviravoltas, tecnologia, dramas convincentes e dinossauros ainda falha. Somente o último elemento permanece. Porém, para o meu espanto, pude ver que "What Remains” foi satisfatório.
Sim, este foi um episódio que teve seus méritos. Posso estar iludido pelo fato de que “Instinct” ter sido tão ruim, mas este episódio me prendeu a atenção em determinados momentos. O problema são os descuidos de roteiro que entregou a resolução do caso médico na metade do episódio. Não sei quanto a vocês, mas no segundo em que a Dira Paes questionou ao Jim o porquê dele não ter sido infectado, saquei na hora que o inibidor do vírus era a gripe.
Por isso beirou o ridículo a maneira como subestimaram nossa lógica. Resolução risível. No entanto, me vi preso pelo senso de perigo daquela instalação médica com os dinossauros do lado de fora e um outro inimigo, distinto por ser invisível, do lado de dentro. O problema é que uma epidemia poderia ser de fato um grande plot para o episódio, mas pecou na execução e na maneira como aquilo foi apresentado.
O roteiro voltou a utilizar o triângulo amoroso entre Jim, Elizabeth e Malcoom como cerne de todo o drama. Gerou momentos cômicos? Não. Taylor também teve uma participação, não relacionada, ameaçando contaminar o perímetro de Terra Nova com o vírus. Fiquei curioso para saber mais sobre o seu passado e a morte de sua mulher. Afinal, é necessário conhecermos os personagens em uma série que se encontra na 1ª temporada e que diz tratar-se de conflitos humanos. Se me permitem a comparação: quanto mais vejo “Terra Nova” mais sinto falta de “Lost”.
Os dramas amorosos parecem estar em alta nas séries de Steven Spielberg, em “Falling Skies” eles eram constantes e “Terra Nova” não diferisse. Josh e Skye estão cada vez mais próximos, sendo que a relação deles tem servido como recurso para mesclar os planos de Josh de retornar ao futuro e resgatar sua antiga namorada. Diante disto os ‘sextos’, aparentemente possibilitados de enviar mensagens a 2149, arquitetam uma revanche ao comandante Taylor. Sobre isto, acredito que o grupo rebelde ainda deve comer muito feijão e arroz para mostrarem ser os verdadeiros vilões da temporada que necessita de uma figura antagônica.
Outrora, estive errado quando presumi que os episódios seguintes iam ser compostos somente de impasses ‘humanos x humanos’ do que ‘dinossauros x humanos’. Os efeitos melhoraram, visto que uma das poucas cenas que me fizeram ver algo de positivo em “What Remains” foi a que abriu o episódio com um belíssimo Carnossauro. Resta saber se a série adotará este padrão de episódios isolados com dinossauros ao redor para enfeitar, ou se passará a caminhar com as próprias pernas e apresentar uma mitologia decente?
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