Só uma onomatopéia pode descrever minha reação após o episódio: Cri, cri, cri...

Se era impossível fazer um roteiro ser tão simples e divertido ao mesmo tempo, "Once Upon a Time" superou os limites da imaginação. Fiquei quieto após o episódio, não por falta de emoção, mas por notar que uma série tão subestimada pode ser realmente boa. É inegável. "Once Upon a Time" já é uma das melhores estréias de 2011. Espero a cada semana que os roteiristas venham a me descepcionar, mas eis que surge um episódio como este para me fazer chirriar de felicidade.

A fórmula de apresentar um personagem por episódio, enfocá-lo e nos fazer, exponencialmente, simpatizar com ele, continua funcionando perfeitamente. Os roteiristas já manjados da narrativa usada e re-usada em "Lost" sabem como fazer isso muito bem. Nesta semana foi o Grilo Falante que deu o som de sua consciência para presentear-nos com um episódio completo. A descaracterização do personagem, famigerado das nossas infâncias, foi uma das partes que mais gostei, de modo que achei a história crível no âmbito dos contos de fadas.

Rainha Xuxa tem encaixado-se como ninguém no papel de bitch da trama, mandando Emma pendurar faixas de "não ultrapasse" e comandar os figurantes, mas ainda prefiro, no quesito bitch, a Chapeuzinho Vermelho esbanjando sensualidade nos seus trajes Red Primavera e com seu lobo de cristal. Porém, não foi este o conto que esteve em foco no episódio, mas sim o do melhor amigo do Pinóquio, Jiminy Cricket.

Há um sentimento de "retorno a infância" que alvorece em mim sempre que assisto a série e nesta semana não foi diferente. O momento nostalgico esteve quando o Jiminy Cricket teve seu desejo realizado de se tornar, literalmente, um Grilo Falante. Pode parecer ainda mais pueril do que isto adorar todo e qualquer clichê de contos de fadas que a série apresenta, mas ainda que erre aqui e acolá, cenas como a queda do elevador me fazem sorrir e comemorar por ver o personagem são e salvo.

Mas quando ouço pessoas que não acompanham OUAT zombarem da série por mero preconceito, me sinto, assim como Henry, maluco. Não a vejo como uma série perfeita, mas, acredito que no conjunto da obra, vale muito a pena. Pelo menos continua sendo válido acompanhar enquanto ela ainda não despenca (em termos de qualidade) sobre nossas cabeças como fez a antiga mina de Storybrook, servindo de palco para ótimos momentos entre Henry e Jiminy Cricket.

A relação de Snow White e Prince Charming caminha a paços largos, mas não consigo deixar de torcer pelo casal. Torço ainda mais para que os flashbacks da série continuem tão bons quanto os que nos foram apresentados em "That Still Small Voice" que relatou a evolução do Grilo Falante e de sua família tranbiqueira. De quebra, tivemos a participação do eterno Rumpelstiltskin.

Fiquei curioso para saber os motivos de Rainha Xuxa para esconder o caixão de vidro da Snow White. A meu ver, ele será útil para a quebra da maldição, ou talvez não. Mas podemos ter certeza de duas coisas: Emma está mudando as coisas em Storybrook e continuarei a torcer para que "Once Upon a Time" sempre nos reserve um finais felizes, mesmo que não seja, para sempre.

PS.: Não há como deixar de citar a visível referência dos roteiristas à Lost com as barras Apollo. Aprovo as referências, como também acho divertidas.

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