Vou confessar, não tenho ainda como fazer alguma crítica severa a Once Upon a Time. Pensando eu que estaria diante de um segundo episódio que de 10 chances, 9 eram de ser um fiasco. Mas, novamente, a única chance réstia prevaleceu. Porém tenho uma lista de incomodos que devo partilhar com vocês neste segundo episódio. Vamos lá.
Em primeiro plano, logo pude ver pelo primeiro flashback do episódio, que os efeitos especiais bem trabalhados no "Pilot", caíram muito. Tenho como exemplos a grande parte dos ambientes externos que sempre envolviam a Xuxa, digo, Bruxa Má. Quando digo isso me refiro principalmente a cena em que a Bruxa ameaça as criaturas do reino tão, tão distante com a construção de um ninho. Sim, um ninho de gravetos retorcidos (biologia do cerrado) que crescem exponencialmente. O menor investimento nos efeitos deste 2º episódio poupou até mesmo a quantidade de glíter (não estou brincando!) usada pelo Ruplestiltskin preso na cadeia de segurança mágica de Tão Tão Distante. Ou vai me dizer que ele não estava menos dourado?
Mas enquanto "Once Upon a Time" não rompe os limites entre lógica e magia e não se torna algo digno de Xuxa: Abracadabra, relevo tais detalhes para aproveitar um episódio que soube, por que não, enrolar com precisão. Se vocês notarem, pouca coisa evoluiu do Piloto pra cá, pelo menos, na realidade paralela de Storybook o tempo passou e somente a rivalidade entre Evil Queen e Hope se intensificaram, sendo a última novamente presa, para ser novamente solta.
Como de praxe dos sábios roteirista de "Lost", o episódio foi centrado em um único personagem, no simples intuito de desenvolvê-lo. No caso da Rainha Xuxa, apresentar motivos convincentes (além do incêncendio do cenário do programa) para ter se consolidado como grande vilã de Storybrook. Na trama, possessa pela sua inveja dos finais felizes de Snow White e Prince Charming, ela rouba a maldição concretizada por um enorme sacrifício. A única pessoa que um dia amou: seu pai, que deu nome ao nosso pequeno Henry.
De volta aos incomodos, o maior deles certamente foi a previsibilidade. Quando Emma fala sobre loucura e o terapeuta dá o alerta para não usar tal palvra, por exemplo, era garantia do que viria em seguida. Preso muito por séries que me surpreendem até o último segundo. No piloto "Once Upon a Time" conseguiu realizar com maestria tal feito, mas neste episódio, permaneceu quase estática. A morte do cavalo em vão, um outro exemplo, pois sabíamos que teria de ser um coração humano. Em conseguinte, a morte do pai da Rainha Xuxa. O favor do Ruplestiltskin. Tantos momentos previsíveis que deixam a atenção de quem assiste esvaziar durante o prolongamento dos seus 40 minutos.
No entanto, apesar de previsível, o roteiro continua bem amarrado. Devo também ressaltar o principal motivo pelo qual gostei do episódio: as participações de Kristin Bauer e Giancarlo Esposito. A primeira, nossa querida e (so fucking) amada Pam de "True Blood" e o segundo, o temível Gus de "Breaking Bad". Ambos sendo reduzidos a serventes da Rainha Xuxa em "Once Upon a Time", sendo respectivamente, a bruxa que fornece a receita da maldição do "No More Happy Endings" e o outro, o expressivo "espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?". Agora, me diz, quem melhor que o Esposito para tal papel?
PS.: O efeito da fumaça me lembra, mais do que deveria, o monstro de fumaça de "Lost"
PS.2: Na luta contra o bem e o mal, por enquanto, não tomo partido de nenhum dos lados e fico junto ao Ibama, na luta contra a destruição do patrimônio ambiental, clássico e cultural dos Contos de Fadas, a macieira de isopor da Rainha Xuxa. Emma destruiu mais um cenário da rainha dos baixinhos. É preciso mais motivos para justificar o seu ódio por Henry.
Postar um comentário Facebook Disqus