Mais previsível impossível.

Se muitos haviam dito que o estado de calmaria que pareia por “The Walking Dead” era passageiro, mentiram. Por que o que vi aqui foi pura, absolutamente, pura falta de tensão. Ainda dizem que este é o mérito da série, não provocar o conhecido shock vallue com cenas de ação ou qualquer forma de impacto que não venha a ser trabalhado e que não seja gratuito. Sendo puramente baseada em tensão e diálogos bem construídos. Só tenho a dizer que nada disto vejo aqui.

Devo considerar que um ou outro momento do episódio me causou algum efeito. Só. Em cerca de 3 minutos eu poderia sentir, ouvir e ver tudo o que foi dito ou passado na tela em mais de 40 minutos tranquilamente. Aí que mora o problema. Como uma série de tensão (que se considera como tal) pode trabalhar tão pouco, desperdiçando tanto tempo, quanto desnecessário?

Toda a bonança dos personagens que mais parecem ter saído de férias para uma fazenda no interior, que certamente tem prazo de validade, só é esquecida quando uma pequena mostra de um mundo apocalíptico que os rodeia é dada por um único zumbi. Preso como um animal em um dos poços da fazenda com uma aparência repulsiva como só a série consegue fazer. No entanto, “The Walking Dead” não consegue aproveitar todo o investimento dado nas mãos para fazer cenas como estas funcionarem na execução, até por que de previsível a cena já estava cheia até o topo.

Para mim, ver o zumbi gordo e toda a imbecilidade dos personagens ao se arriscarem inutilmente para retirá-lo sem obter resultado somente serviu para confirmar o que eu já havia pensado antes: não é Deus que tem um péssimo senso de humor, Rick. São os roteiristas de “The Walking Dead”.

Imagino como esta idéia não deva ter surgido: “Vamos fazer mais um episódio focando nos personagens. Aí para eles não reclamarem, a gente coloca um zumbi. Aonde? Em um dos poços. Depois, é só fazer tudo dar errado, por o Glenn em uma enrascada que a audiência vai ficar louca de tensão e vai dizer que foi o melhor episódio que eles já viram na vida!”. Só uma pergunta: sério?

Mas disso reclamo de menos, confesso, me divirto vendo cenas como esta. Principalmente com o zumbi partindo no meio e todas as larvas e vermes do mundo se espalhando para tudo que é lado. Mas me diz qual foi o propósito e a tensão inclusa naquelas sequências?

Em outro ponto, a proposta da série se esvai sempre que se dedica aos dramas e de maneira maçante passa minutos em diálogos ainda mais longos e que pouco acrescentam à trama. Ademais, devo dizer que essas tentativas de tornar os personagens mais simpáticos tem os tornado ainda piores. Só consigo pensar em meia dúzia do elenco que gostaria de ver morrendo. Com exceção da Andrea e do Daryl. A primeira, por que passei realmente a me importar com ela e, Daryl por ser o único capaz de fazer algo baseado na exclusiva razão.

Fechando o arco deste episódio, mais um drama digno de novela mexicana assola a série. Lori está grávida. Sim, novamente: mais imprevisível impossível. Buchuda, prenha, de menino, com os hormônios em poupa e com relações de limites prestes a serem rompidos. Obviamente a criança é de Shanne. Não tenham dúvidas. Mais premeditado que isto, somente a sobrevivência do menino Carl e a certeza de que Sophia será encontrada são e salva.

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