Quando eu soube que este episódio dedicaria um tempo maior a Cary, temi que pudesse diminuir a qualidade de uma temporada que vinha muito boa. Depois de assistir, sinto dizer que as minhas previsões se confirmaram, ainda que o episódio tenha passado a anos-luz de algo ruim.

Lá no início  da série, Cary tinha a clara função de competir com Alicia e desde essa época, já se mostrava o personagem mais fraco de The Good Wife. No segundo ano, depois que a firma escolheu Alicia, ele perdeu essa posição e os roteiristas utilizaram a artimanha de colocá-lo trabalhando com Glenn Childs, aproveitando a competição e o ressentimento que ele criou pela firma toda. Vez ou outra a participação de Cary era orgância, mas na maioria dos casos, o advogado sempre parece um personagem dispensável. Por isso, imaginei que o episódio da semana fosse ser mais fraco do que o de costume.

Mas o não muito bom em The Good Wife ainda é ótimo. Gostei da forma como eles conduziram o arco do episódio, desde os diálogos ótimos com a co-worker, o aviso de que ele se sente atraído por mulheres étnicas (Kalinda much?), até a ascensão na carreira, levando-nos até a pensar que ele pudesse deixar a série. Entendo que este era um game changer necessário para esse núcleo (o Chris Noth, que faz o Peter, só participa de episódios esporádicos), mas não consigo deixar de ver o Cary como um advogado qualquer, muito menos como um quase promotor.

Foi ótimo ver o Eli numa situação não apenas profissional, mas lidando com uma história pessoal muito mal resolvida. O motivo para procurar a ex-esposa foi bem colocado (reparem como ele demorar a aceitar ajudar Diane quando ela pergunta se ele conhece alguém no Departamento de Estado) e Parker Posey fez uma ótima dupla com Alan Cumming. Novamente, faço ressalvas a participação da Kalinda, que se limita a descobrir os podres que Eli pede e da Diane, que ainda não teve story line.

Por fim, a relação de Alicia e Will vai se movimentar nas próximas semanas. Ele provavelmente percebeu que a amante não está no mesmo barco que ele, já que mesmo de forma sutil, ela demonstra que não quer dar um passo a frente. Há ainda a nova associada, que não hesitou em flertar com o chefe logo que chegou na firma. Promete.
 
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