Devo logo confessar que todos os episódios em que Dexter libera-se, nem que por um momento sequer do ritual, padrões e atividades de sua rotina metódica, a série faz-se de uma tensão estupenda. Fico na maior parte do tempo paranóico, com visão fixa em cada erro, cada possibilidade ou suspeita que um dia possa voltar-se em maus lençóis para o protagonista. E neste panorama, Dexter é perfeita.
Por que? Assisto em média 50 séries. Em nenhuma delas há um personagem tão bem construído e marcado por padrões como Dexter. Talvez por isso soe tão estranho vê-lo usar armas, ter um sexo casual com uma atendente de balcão e até mesmo, dispor-se de um corpo com descuido. Para justificar tantos atos, deste novo Dexter (regressado no tempo), temos Brian Moser - imortalizado como ITK, irmão de Dexter e diabinho ao oposto anjo de nome Harry (talvez não tão anjo assim). Mas também, talvez a única luz que o personagem possui.
Me agradou em muito ver a série relembrar dois grande antagonistas que coroaram duas excelentes temporadas em um só episódio. Fiquei preso a idéia de que o Triniti Junior iria aparecer neste episódio, além do espectral ITK e suas tiradas (Love? Really? Do you love him?), mas acabou que a participação do primeiro somente serviu de alicerce para todas as analogias (aos bons e velhos conflitos internos) feitas neste episódio.
Respondendo a pergunta que abre esta review, este episódio pode de fato ser considerado um filler. Poderia descartá-lo? Sim, mas somente se quisesse perder a grande dica da temporada e talvez a prova cabal de um mistério que tem levado fãs e afiliados a loucura. Quando vemos Dexter justapor-se a Brian durante a luta com o dono do hotel, é Brian que acerta o homem em cheio na barriga, mas logo o recorte da câmera muda para Dexter, mostrando que na verdade fora ele que havia matado-o.
Essa é uma grande amostra de que Travis pode ter sido unicamente aquele que promulgou todas as mortes, sem a ajuda real (ou seja, manual), mais ainda com a influência de Gellar no papel de seu passageiro sombrio o incitando a fazer tudo aquilo, assim como Dexter foi levado por Brian a matar o dono do hotel. Apesar do relato da puta dizendo acreditar que havia dois homens na cena do crime, ainda fico com a teoria de que Gellar está morto e é somente o diabinho no ombro esquerdo de Travis. Afinal, não sabemos se ela realmente ouviu o Professor, ou somente Travis conversando e, portanto, assumiu que ele estava acompanhado.
Ainda que eu não goste de ver Dexter em sua zona de conforto, (afinal, ele é muito mais interessante quando tem explosões e mudanças drásticas de comportamento) gostei do fato de Brian ser usado como recurso do roteiro somente neste episódio. Há quem diga que não há sentido trazê-lo só agora a série, mas em vista de que Dexter nunca esteve tão perdido como agora, sem Brother Sam para pavimentá-lo.
Já dentro do departamento de polícia em Miami, achei que a desconfiança de Deb para com o sumiço repentino do irmão poderia ter gerado mais tensão, mesmo assim, confio que os roteiristas usaram isto nos próximos episódios como uma problemática a mais para a vida dupla de Dexter.
Falando em Deb, achei cabível a maneira como foi dado o desfecho da sua relação com Quinn. Ainda melhor por ver que não voltaram a ficar juntos por um bom período. Má notícia para quem acreditou que aquele beijo seria a última corrente que uniria-os novamente.
E Laguerta? Só tenho algo a dizer: quero ver a cabeça dela no meio dos crocodilos de Gellar.
Falando em Deb, achei cabível a maneira como foi dado o desfecho da sua relação com Quinn. Ainda melhor por ver que não voltaram a ficar juntos por um bom período. Má notícia para quem acreditou que aquele beijo seria a última corrente que uniria-os novamente.
E Laguerta? Só tenho algo a dizer: quero ver a cabeça dela no meio dos crocodilos de Gellar.
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